EUA espiaram via de comunicação entre Europa, África e Ásia
A Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA) espiou uma das mais importantes vias de telecomunicações entre a Europa, o Norte de África e a Ásia, noticia hoje a revista alemã Der Spiegel.
© Lusa
Mundo NSA
O TAO (Tailored Acess Operations), um departamento da NSA constituído por peritos informáticos, terá obtido informação "sobre a gestão da rede" do sistema de comunicação submarino Sea-Me-We 4, de acordo com uma informação confidencial de 13 de fevereiro deste ano obtida pela Der Spiegel.
Segundo o documento, o sistema de cabo parte de Marselha (França) até ao Norte de África e países do Golfo, para passar depois pelo Paquistão, Índia, chegando até Singapura, Malásia e Tailândia.
Entre as empresas que participam neste sistema de comunicações encontram-se a francesa Oragen e a Telecom Itália.
Segundo os documentos a que a Der Spiegel teve acesso, especialistas da NSA terão pirateado uma página da Internet deste consórcio de empresas para obter documentos sobre a infraestrutura técnica deste sistema.
A revista alemã refere que a NSA teve acesso a informação detalhada sobre uma grande parte da rede e adianta que esta ação foi apenas um primeiro passo antes de aceder a mais dados sobre este e outros sistemas de cabo.
O ex-técnico da Agência de Segurança Nacional Edward Snowden disse na segunda-feira que considera "missão cumprida" o debate gerado após a revelação de milhares de documentos secretos da espionagem norte-americana.
"Para mim, em termos de satisfação pessoal, a missão foi cumprida. Já ganhei", disse Snowden numa entrevista publicada no diário norte-americano Washington Post e realizada em Moscovo, onde se encontra asilado.
Edward Snowden, de 30 anos, afirmou que assim que os jornalistas puderam começar a trabalhar, todo o seu trabalho foi validado. "Porque, recordem, eu não queria mudar a sociedade. Queria dar à sociedade a oportunidade de determinar se deveria mudar-se a si mesma", acrescentou Snowden.
Na entrevista, a primeira dada pessoalmente pelo analista informático desde que chegou à Rússia em junho, Snowden insistiu que o seu objetivo "era que a opinião pública pudesse dar a sua opinião sobre a forma de ser governada".
Revelações de espionagem maciça por parte dos Estados Unidos foram feitas este ano por Edward Snowden aos jornais Washington Post (EUA) e The Guardian (Grã-Bretanha), tendo provocado um conflito diplomático, ao tornar público que os serviços secretos norte-americanos espiaram as comunicações na Europa, incluindo as de líderes políticos, como a chanceler alemã Angela Merkel e a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
O caso provocou fortes embaraços a Washington, gerando desconfiança de muitos aliados em relação aos norte-americanos e aumentou as interrogações sobre o equilíbrio entre privacidade individual e a batalha contra o terrorismo na sociedade dos Estados Unidos.
Edward Snowden está refugiado na Rússia desde junho.
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