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"Temos mais uma arma para dar a esperança de conseguir uma gravidez"

Junho é o Mês de Consciencialização para a Fertilidade. O Lifestyle ao Minuto falou com uma especialista sobre um tratamento recente que pode preservar a fertilidade de várias mulheres que têm miomas uterinos.

"Temos mais uma arma para dar a esperança de conseguir uma gravidez"
Notícias ao Minuto

07:57 - 29/06/17 por Vânia Marinho

Lifestyle Dra. Fernanda Águas

Recentemente a Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) apresentou os novos Consensos Nacionais sobre os Miomas Uterinos 2017, que “passam a contar com os progressos existentes nos últimos anos para o tratamento dos miomas uterinos e os mais recentes estudos na área da ginecologia”.

Estas ‘guidelines’ permitem aos especialistas nacionais seguirem uma linha de orientação delineada pelos principais médicos da área sobre este que é o tumor ginecológico mais frequente da mulher. O Lifestyle ao Minuto falou com a Dra. Fernanda Águas, presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, sobre estas novas orientações.

A especialista começa por dizer que as grandes diferenças entre estes novos consensos e os anteriores “têm a ver com o tratamento médico.”

Isto porque “os medicamentos mais recentes utilizados para o tratamento médico dos miomas foram aprovados com indicação de administração pré-operatória - por um ou dois ciclos cada um de três meses aproximadamente - para melhorar as condições de cirurgia.”

E entretanto “os estudos sobre esse medicamento, o acetato de ulipristal, vieram demonstrar que eles poderiam ser utilizados de forma mais prolongada. E que em algumas situações esse uso prolongado poderia controlar de tal forma os sintomas que até evitava a cirurgia.”

A Dra. Fernanda Águas explica que “inicialmente quando estes tratamentos começaram a ser utilizados [em 2012], não havia experiência em termos de senhoras que pertencem engravidar.” Ou seja, não se sabia como iria decorrer uma gravidez futura nas mulheres que tinham feito estes tratamentos.

“Neste momento já há essa experiência e já há a indicação nestes consensos de que o medicamento deixa o útero e o endométrio em boas condições para a implantação do embrião.” Sobretudo, “foram as novas informações sobre esse fármaco, o acetato de ulipristal, que nos fizeram alterar as recomendações.”

Os miomas uterinos são muito frequentes, mas desde que não provoquem sintomas nem ultrapassem certas dimensões, não é preciso tratar ou operar. A maioria é assintomática, mas quando é necessário intervir o tratamento padrão ainda continua a ser a cirurgia - porque é o definitivo, no caso da remoção do órgão, explica a especialista. “Mas mesmo no tratamento cirúrgico, a tendência é para ser mais conservador, tirando a doença e preservando o órgão”, revela.

A especialista explica que como os sintomas dos miomas – essencialmente as hemorragias – tendem a desaparecer quando a mulher entra na menopausa, porque os ovários deixam de funcionar, pode-se tentar controlar os sintomas com o acetato de ulipristal e evitar a cirurgia.

Numa mulher mais jovem, apesar de ser possível, o que acontece é que a terapêutica pode ter de ser feita várias vezes, dando origem a tratamento mais prolongados, levando a pessoa a poder preferir a cirurgia.

“No entanto conseguimos adiar a cirurgia ao mesmo tempo que aumentamos as probabilidades de conseguir uma gravidez nas mulheres férteis e que desejem ser mães.”

E exemplifica: “Numa mulher que ainda queira engravidar, mas que tem múltiplos miomas, a cirurgia pode ser complicada porque deixa o útero com uma fragilidade muito grande. Se numa senhora destas conseguirmos controlar a sintomatologia e ao mesmo tempo conseguir que a parte de dentro do útero não fique deformada e permita uma implantação, podemos permitir que ela tenha uma gravidez, mesmo que daqui a uns anos tenha de ser submetida à cirurgia de remoção dos miomas ou do útero.”

Sublinha: “Temos mais uma arma para dar a esperança de conseguir uma gravidez. Acho que é muito bom para as mulheres poder ter mais uma opção.”

Infelizmente, destaca, esse medicamento em termos de custos não estará acessível para todas as mulheres, pois embora seja comparticipado (em 37%) o preço ainda é elevado, rondará os 90 euros por mês. Há alguns hospitais que podem disponibilizar o medicamento, mas claro, em situações de carência económica.

“Se fossem bem pesados os prós e os contras, mesmo em termos de gastos para o Sistema Nacional de Saúde, se calhar aquilo que às vezes nos parece uma despesa maior pode no final ser um ganho”, sublinha.

E lamenta: “A todos nos custa ver que há pessoas a quem queremos prescrever o tratamento e que não têm possibilidades económicas de o fazer. Como médicos gostaríamos que todas as pessoas tivessem uma acessibilidade igual e que não houvesse diferenças de tratamentos para pessoas com mais ou menos recursos.”

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