Será que o Japão escapa à maldição económica dos Jogos Olímpicos?
O desafio de tornar os Jogos num sucesso financeiro tem dificultado a vida de muitos países ao longo de várias décadas. Apesar de ainda faltarem quatro anos para o início do evento em Tóquio, as questões já se multiplicam.
© Reuters
Economia Tóquio
É uma das discussões mais relevantes da era moderna do desporto, e do futebol às restantes modalidades é quase impossível responder à pergunta: será que os países organizadores têm alguma coisa a ganhar economicamente com a organização de grandes competições internacionais?
Os defensores do impacto positivo citam um alegado efeito positivo nas trocas económicas, impulsionadas pelos turistas que viajam para assistir às competições, enquanto a maior parte dos economistas garante que as consequências positivas são pouco visíveis a curto, médio e longo prazo.
No Brasil, a polémica juntou-se a outros problemas sociais e acabou por levar à destituição de Dilma Rouseff e no Japão, os primeiros sinais não são animadores. Os deslizes orçamentais levaram à alteração profunda dos planos para o novo Estádio Olímpico, que chegou a estar avaliado em cerca de 2,2 mil milhões de euros e dois dos governadores de Tóquio acabaram por demitir-se em resposta às acusações de suborno para trazer os Jogos para a cidade.
Dois economistas norte-americanos publicaram recentemente um estudo que garante que "os efeitos económicos reais são quase sempre perto de nulos ou apenas uma pequena parte dos previstos antes dos eventos" e esclarecem que "tendo em conta os custos associados com a construção de locais especializados e as operações do evento, incluindo segurança, é muito difícil que as receitas geradas diretamente pelos Jogos Olímpicos ou pelo turismo adjacente cubram o custo de organização".
Certo é que, uma época de fraco crescimento económico e de dificuldades comerciais, a organização dos Jogos Olímpicos poderá ser um rude golpe na recuperação de uma das economias mais importantes da Ásia e arrisca afetar a região durante a próxima década.
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