TAP: SITAVA diz que é "colossal embuste" e pede anulação do processo
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) classificou hoje de "colossal embuste" o acordo de privatização da TAP assinado na quinta-feira, considerando que o Governo "não tem legitimidade" e que o processo "deve ser anulado".
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Economia Privatização
Em comunicado enviado à agência Lusa, o SITAVA afirma que a "TAP, os seus trabalhadores e o povo português foram quinta-feira, mais uma vez, violentamente agredidos por mais uma monstruosa e ilegítima decisão deste Governo", sublinhando que "a decisão de concluir o processo de privatização da TAP nestas condições, encerra em si própria, um colossal embuste".
O sindicato realçou também que o Governo "não disse claramente ao povo português que a verdadeira razão para toda esta sanha contra a TAP -- que integra o património público -- é o seu enorme preconceito ideológico e opção pelo liberalismo económico".
"Todo o processo de privatização da TAP -- que o Governo [de coligação PSD/CDS-PP] demitido e em gestão corrente, diz que foi ontem concluído -- foi marcado pela mais chocante opacidade, bem como recheado de calúnias e falsidades, como são exemplo gritante aquelas que foram ontem [quinta-feira] postas a circular, de que a TAP teria que ser rapidamente vendida porque estava com graves dificuldades de tesouraria", considera o SITAVA.
De acordo com o sindicato, as afirmações têm como objetivo "quebrar a resistência dos trabalhadores às suas manobras, e que, se por mera hipótese académica, fossem levadas a sério, rapidamente se concluiria que alguém teria andado a desviar património da empresa".
O SITAVA lembrou que a TAP continua a vender bilhetes, a voar, a transportar passageiros e a produzir receitas.
"Para onde estão então estas a ser canalizadas? Com esta realidade presente, a serem verdadeiras as afirmações de que a TAP está sem dinheiro até para o combustível, é imperioso que os trabalhadores saibam onde acaba a gestão ruinosa e começa a sabotagem", questiona o sindicato.
Por isso, o SITAVA quer que o processo de privatização da empresa seja anulado.
O Governo aprovou quinta-feira em Conselho de Ministros a minuta final do processo de venda de 61% da TAP ao consórcio Gateway, alegando que a celebração desse contrato é uma necessidade urgente e inadiável, enquadrando-se, portanto, nas competências de um executivo em gestão.
A 13 de outubro passado, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) deu parecer positivo à venda da TAP ao consórcio Gateway, mas pediu esclarecimentos sobre a estrutura acionista do consórcio comprador, para verificar se ela é controlada pelo português Humberto Pedrosa, como as regras europeias impõem.
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