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Moçambique: Empresários veem perspetivas positivas com avanços militares

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), maior organização empresarial do país, considerou hoje que a reconquista de áreas ocupadas pelos grupos armados em Cabo Delgado abre "perspetivas positivas" para as empresas e economia do país.

Moçambique: Empresários veem perspetivas positivas com avanços militares
Notícias ao Minuto

10:05 - 11/08/21 por Lusa

Economia Ataques Moçambique

"As perspetivas positivas do setor privado têm alicerce, essencialmente, no retorno das atividades empresariais e dos projetos ora suspensos devido aos ataques terroristas, com realce para o projecto da Total Energy", refere a CTA, em comunicado.

Aquela organização assume que a vitória sobre os grupos armados que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, vai resultar no reatamento do projeto de gás da multinacional francesa Total Energy -- o maior investimento privado em África -- e na reativação de contratos com empresas moçambicanas que prestam bens e serviços ao empreendimento.

A CTA assinala que a retoma do projeto poderá constituir um alívio para as pequenas e médias empresas que forneciam bens e serviços ao empreendimento petrolífero.

"De igual forma, esta situação poderá propiciar a estabilidade social decorrente do retorno da população que se encontra refugiada mitigando, deste modo, o drama humanitário que se vive", avança o comunicado.

Devido à suspensão das atividades da Total Energy, na sequência do ataque terrorista do dia 24 de março do presente ano, ao distrito de Palma, várias empresas foram significativamente afetadas, sobretudo aquelas que se encontravam envolvidas direta ou indiretamente neste projeto, observa aquela organização empresarial.

A CTA cita um estudo por si realizado que apontou que cerca de 288 empresas suspenderam as suas atividades nos distritos de Mocímboa da Praia e Palma, afetando um total de 23 mil postos de trabalho.

O levantamento apurou que a paralisação do projeto da Total Energy resultou na suspensão do fornecimento de mercadorias no valor de 35 milhões de dólares (29,8 milhões de euros).

Na terça-feira, o comandante do Exército moçambicano, Cristóvão Chume, disse que a força conjunta Moçambique e Ruanda que reconquistou, no domingo, a sede de Mocímboa da Praia, desdobra-se em "missões de limpeza" em todo o distrito.

"Neste momento, decorrem missões de defesa em toda a área de Mocímboa da Praia", disse Chume, em declarações à comunicação social a partir da sede daquele distrito costeiro, no Norte de Cabo Delgado.

A vila costeira de Mocímboa da Praia, por muitos apontada como a "base" dos insurgentes e onde os ataques começaram em outubro de 2017, é uma das principais do norte da província de Cabo Delgado, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

A vila tinha sido invadida e ocupada por rebeldes em 23 de março do ano passado, numa ação depois reivindicada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, e foi, em 27 e 28 de junho daquele ano, palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos insurgentes, o que levou à fuga de parte considerável da população.

A reconquista da vila pelas forças conjuntas de Moçambique e Ruanda ocorreu por volta das 11:00 de domingo, após semanas de operações militares, com as forças ruandesas a estimarem, a partir de Kigali, baixas de, pelo menos, 70 pessoas entre os insurgentes.

Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Na sequência dos ataques, há mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

Leia Também: EUA defendem "medidas concretas" para acordo de paz em Moçambique

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