EUA defendem "medidas concretas" para acordo de paz em Moçambique
Os Estados Unidos da América (EUA) defenderam hoje "medidas concretas e simultâneas" entre o Governo moçambicano e a Renamo, principal partido de oposição, no cumprimento do acordo de paz assinado há dois anos em Maputo.
© iStock/NeilLockhart
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"Os Estados Unidos saúdam a manutenção deste compromisso e instam ambos os lados a continuar a tomar medidas concretas e simultâneas para cumprir os seus respetivos compromissos de alcançar um oportuno e completo Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos combatentes da Renamo", referem os EUA, numa nota que assinala a passagem de dois anos após a assinatura dos entendimentos.
O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional foi assinado em 06 de agosto de 2019 em Maputo pelo atual Presidente da República, Filipe Nyusi, e pelo líder da Renamo, Ossufo Momade, prevendo, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo, envolvendo cerca de 5.000 membros.
O processo já abrangeu mais de 2.600 guerrilheiros da Renamo, mas o principal partido de oposição tem criticado uma alegada falta de interesse em integrar o grupo de guerrilheiros daquele partido que se vão juntar à polícia e atrasos no desembolso dos subsídios dos ex-guerrilheiros já abrangidos.
O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.
O acordo é contestado por um grupo dissidente daquele partido de oposição autoproclamado Junta Militar da Renamo, à qual são atribuídos ataques a alvos civis e do Estado no centro do país, com pelo menos 30 mortos, desde agosto de 2019.
O grupo, chefiado por Mariano Nhongo, um general da guerrilha da Renamo, acusa a atual liderança do partido de ter traído os ideais do falecido presidente da organização, Afonso Dhlakama, nos compromissos que assumiu com a liderança do executivo da Frelimo.
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