De acordo com uma sondagem divulgada hoje pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) do Brasil, o Índice de Confiança do Comerciante caiu em junho para o mínimo histórico de 66,7 pontos, numa escala de 0 a 200, que considera como negativas as pontuações abaixo de 100.

Além disso, o índice acumulou uma queda recorde de 54 pontos nos últimos dois meses, como consequência das medidas de isolamento social impostas no Brasil para enfrentar a pandemia da covid-19, e que levaram ao encerramento de milhões de estabelecimentos comerciais.

O índice sofreu uma queda em junho de 28,6% em relação a maio deste ano, e de 43,7% em relação ao mesmo mês de 2019, o que constitui o maior colapso em ambas as comparações desde que a CNC começou a medir a confiança dos empresários do setor.

Trata-se de "um recorde de pessimismo entre os responsáveis por tomar decisões no setor de varejo", indicou a confederação em comunicado.

O presidente daquela entidade, José Roberto Tadros, afirmou que, mesmo com o início da reabertura gradual da economia e a diminuição do isolamento social em algumas cidades, os comerciantes esperam uma recuperação muito lenta nas vendas nos próximos meses.

Segundo dados oficiais, as medidas de distanciamento social deixaram 19 milhões de brasileiros provisoriamente sem trabalho em maio, dos quais 9,7 milhões ficaram sem rendimentos nesse mês.

O Banco Central, no relatório em que divulgou a sua nova projeção para o produto interno bruto (PIB) brasileiro para este ano e em que previu uma contração de 6,4%, calcula que o consumo das famílias, o maior impulsionador da economia no país de 210 milhões de habitantes, irá retrair 7,4% este ano, devido à queda nos rendimentos.

O Brasil, segundo país do mundo com mais mortos e infetados, totalizou na quarta-feira 53.830 mortos e 1.188.631 pessoas diagnosticadas com a covid-19 desde o início da pandemia, registada oficialmente no país em 26 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 já provocou quase 484 mil mortos e infetou mais de 9,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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