Constâncio responde a "calúnias" que podem interessar a "algumas pessoas"
O antigo governador do BdP - que foi também vice-presidente do Banco Central Europeu - diz que está a ser alvo de "calúnias", que são do interesse de "algumas pessoas" e vai mais longe, as notícias "servem uma pessoa: José Berardo".
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Economia recapitalização CGD
O antigo governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio, reforçou esta terça-feira que as decisões do Banco de Portugal são "colegiais", não cabendo apenas ao governador, e adiantou que não participou na reunião de 21 de agosto, não se opondo ao crédito concedido a José Berardo.
O antigo governador do BdP diz que está a ser alvo de "calúnias", que são do interesse de "algumas pessoas". E vai mais longe, as notícias "servem uma pessoa: José Berardo", diz Constâncio.
Nesta senda, o antigo governador do BdP enfatizou que "há três falsidades, provadas por três documentos", apontando a terceira ao jornal Público: "Esta é a terceira falsidade e em três formas diferentes: a de que eu teria mentido e que o BdP não se opor a uma operação seria sinónimo de uma aprovação de crédito", acrescentou. As outras duas, sublinhe-se, estão descritas num direito de resposta enviado pelo próprio ao Diário de Notícias.
Pela segunda vez a responder aos deputados no âmbito desta comissão de inquérito, Constâncio adiantou: o "que foi noticiado é que, em primeiro lugar, tinha sido eu pessoalmente a tomar a decisão e não o BdP", disse o antigo governador, esclarecendo que as decisões do supervisor são "colegiais" e qualquer "fulanização" é errada.
Defendendo-se das "calúnias" de que, alegadamente, diz estar a ser alvo e que interessam a um "grupo de pessoas", Constâncio indicou que o BdP nunca foi "além da lei", nem teve qualquer interferência em qualquer "disputa" no BCP.
Sobre o crédito concedido à Fundação Berardo, Constâncio deixou claro: "Os fundos eram legais e a Fundação era idónea", acrescentando também que "o contrato entre a CGD e Berardo não era um projeto de crédito mas, sim, uma operação fechada há vários meses".
Nem eu nem a minha memória aos 75 anos podem ser julgados por coisas que aconteceram há 12, 15 ou 17 anos
Apesar de ter sublinhado que não esteve na reunião de 21 de agosto, não se opondo ao crédito a José Berardo, Constâncio diz estar "totalmente solidário com a decisão que foi tomada", uma vez que "não havia razões legais para utilizar o pedido de não-oposição a uma posição qualificada" - neste caso, no BCP.
Sobre as críticas de que tem vindo a ser alvo depois da primeira audição, a 28 de março, Constâncio atirou: "Nem eu nem a minha memória aos 75 anos podem ser julgados por coisas que aconteceram há 12, 15 ou 17 anos".
Recorde-se que Vítor Constâncio, regressa esta terça-feira ao Parlamento depois da polémica em torno do reforço da Fundação Berardo no BCP através de um crédito de 350 milhões de euros da Caixa Geral de Depósitos.
Segundo o jornal Público, Vítor Constâncio "omitiu" o conhecimento desta informação dos deputados durante a sua audição de 28 de março, algo que o antigo governador do Banco de Portugal nega, alegando que os deputados nada lhe perguntaram sobre a autorização para o aumento de posição da Fundação José Berardo no BCP.
Em reação à notícia do Público, os grupos parlamentares não tardaram em concordar com a realização uma nova audição a Constâncio, depois de o também antigo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) já ter ido ao Parlamento em 28 de março.
Constâncio processa jornal Público
Num direito de resposta enviado ao jornal Público, mas que diz não ter sido publicado, Constâncio adianta que vai processar o diário em questão, por causa de alegada "interpretação abusiva". A 'carta' do antigo governador do BdP foi entretanto publicada pelo Diário de Notícias.
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