Fredy Montero está de volta a Alvalade após uma temporada no Tianjin Teda, da Liga chinesa, à qual se seguiu outra no Vancouver Whitecaps, dos Estados Unidos.

Jorge Jesus passará a contar com um jogador que sabe bem o que é jogar de leão ao peito – atuou durante duas temporadas e meia ao serviço do Sporting, ao cabo das quais somou 37 golos em 94 jogos – assim como uma potencial (boa) dor de cabeça.

O primeiro ano do internacional colombiano na capital portuguesa foi o melhor. Marcou por 16 vezes em 33 jogos. Na altura, Daniel Rosendo Gonçalves integrava a equipa técnica de Leonardo Jardim e, enquanto analista do plantel principal, acompanhou de perto as prestações do avançado.

“Mostrou que era um jogador capaz de romper a organização defensiva do adversário ao cair no espaço, nas costas dos médios-centro, e fazer com que o jogo do Sporting fosse fluido”, lembra o analista, que, em declarações ao Desporto ao Minuto, tentou deslindar qual o objetivo de Jorge Jesus com esta contratação.

Suplente de luxo ou 'canivete'... colombiano?

“Foi um bocado surpreendente”, admite Daniel Rosendo Gonçalves, a propósito do regresso de Montero, até porque, “com Bruno Fernandes e Rúben Ribeiro”, o Sporting “não vai ter tanta necessidade de um avançado capaz de cair nesse espaço”.

“Se jogar, será aquele jogador de recurso contra equipas de bloco baixo, em que ele possa dar várias opções e, ao mesmo, capacidade de finalização. Com os jogadores que o Sporting tem, é uma solução de recurso, uma terceira opção”, analisa.

“Ou então, estrategicamente, num jogo em que possa, com as capacidades que tem como 10, desequilibrar o adversário. Nunca será um jogador do qual se possa estar dependente. Para isso, há outros primeiro do que ele”, acrescenta

Mas poderá Jorge Jesus surpreender e proporcionar, ao colombiano, a importância que este chegou a ter aquando da sua primeira passagem por Alvalade?

Leão em 'pele de águia' também é hipótese

“A titular, não vejo”, refere Daniel Rosendo Gonçalves, mas deixa uma ideia: “No máximo, a jogar no sistema antigo do Jesus, o 4x1x3x2, em que um dos avançados é um jogador versátil que pode vir abaixo buscar jogo e clarificar as zonas de pressão”.

“Se for para jogar a titular, será nas costas de Bas Dost, para que o Jesus faça o verdadeiro 4x1x3x2 à semelhança do que tinha no Benfica, em que o Bruno Fernandes será uma espécie de Pizzi e o Montero uma espécie de Aimar, aquele avançado que andava ali perdido, esquecido e depois fazia aqueles passes e que, ao mesmo tempo, ajudava a defesa. É muito fácil defender em 4x1x3x2 quando se tem jogadores predispostos”, finaliza.