O Benfica assinou, na tarde de sábado, um dos jogos mais tranquilos da temporada. As águias venceram, sem qualquer sobressalto, o Boavista (2-0), em jogo da 23.ª jornada da I Liga, ainda que a tarefa tenha ficado muito facilitada logo aos oito minutos. 

Falamos, pois claro, da expulsão de Chidozie logo no início da partida na Luz. O Boavista ficou reduzido a dez jogadores muito cedo e escusado será dizer que a equipa comandada por Jesualdo Ferreira ficou condicionada. 

O Benfica fez o que lhe competia e arrancou para uma vitória tranquila, ainda que por números escassos face às oportunidades criadas ao longo dos 90 minutos. 

Vamos aos protagonistas. 

A figura 

Diogo Gonçalves esteve em tarde inspirada e mostrou, uma vez mais, que merece o lugar de titular na defesa encarnada. Assistiu Haris Seferovic para os dois golos da tarde e poderia ter acabado a partida com mais assistências no bolso. É verdade que não teve muito trabalho em termos defensivos, mas a qualidade e profundidade que oferece ao processo ofensivo das águias nada tem a ver com aquilo que Gilberto fez ao longo da maior parte dos jogos. 

Foi um autêntico quebra-cabeças e mostrou ter uma enorme capacidade física. Oferece critério no passe, qualidade de cruzamento e não tem medo de encarar o adversário. Está muito acima daquilo que Gilberto oferece. 

A surpresa 

Depois de ter bisado contra o Belenenses SAD o avançado suíço tomou-lhe o gosto e repetiu a receita diante do Boavista. Ainda assim, Seferovic continua a ser perdulário em situações aparentemente fáceis e se tivesse sido um bocadinho mais eficaz tinha saído ontem da Luz com uma conta bem mais avolumada.  De qualquer modo, marcou e continua a mostrar ser mais goleador do que o companheiro Darwin Núñez. 

A desilusão 

O que dizer de Chidozie? Percebeu que Waldschmidt tinha tudo para abrir as contas e recorreu à falta. Acabou expulso e deixou as panteras numa condição aflitiva e com pouco argumentos para marcar na Luz. Tarde para esquecer para o defesa emprestado pelo FC Porto. 

Jorge Jesus 

Sem competições europeias, o Benfica tem melhorado as exibições no campeonato, mas ontem pedia-se um resultado mais pesado a uma equipa que esteve em vantagem numérica mais de 82 minutos. No final, disparou contra a arbitragem de Manuel Mota. 

Jesualdo Ferreira 

Viu a estratégia montada ruir ao fim de oito minutos e depois tentou equilibrar a equipa e evitar um resultado demasiado pesado. A verdade é que o Boavista foi muito coeso na hora de defender mas pouco ou nada fez no ataque. 

O árbitro 

Manuel Mota acumulou várias decisões discutíveis ao longo do jogo. Quando o jogo ainda estava no nulo assinalou uma falta de Taarabt sobre Sauer. Até aqui tudo bem, não fosse o marroquino ter marcado no segundo a seguir. Poderia ter deixado correr o lance e depois, aí sim, esperar pelo veredicto do VAR até porque ficam muitas dúvidas se, de facto, Taarabt toca em Sauer. 

No final ainda foi alvo de duras críticas por parte de Jorge Jesus. Tarde difícil para Manuel Mota e a restante equipa de arbitragem. 

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