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Nasceram no mesmo dia e morreram juntos a combater crime

Há mais de um ano que não morriam agentes da PSP em serviço. Na quarta-feira, foram dois os elementos daquela força policial que perderam a vida.

Notícias ao Minuto

07:52 - 26/02/15 por Patrícia Martins Carvalho com Zahra Jivá

País PSP

Ricardo Santos e João Raínho, de 23 e 26 anos, respetivamente, não partilhavam apenas a profissão e a juventude. Faziam anos no mesmo dia – 1 de julho – e morreram no mesmo dia, juntos, enquanto combatiam a criminalidade.

Estavam colocados na esquadra de São João da Talha, no concelho de Loures, e tinham começado a vestir a farda há pouco tempo. Ricardo tinha-se alistado em setembro de 2012. No ano anterior tinha sido João Raínho a chegar à instituição – tinha acabado o curso com uma nota de 18,25.

Os dois jovens agentes da PSP perderam a vida ao serem colhidos por um comboio, um Intercidades com destino ao Porto, entre a Bobadela e Sacavém quando perseguiam dois suspeitos que momentos antes haviam assaltado uma residência no concelho de Loures.

Os familiares vão agora receber apoio psicológico por parte da PSP, bem como uma compensação monetária que deverá rondar os cem mil euros, tal como está estipulado na lei, explicou ao Notícias ao Minuto o presidente do Sindicato Unificado da PSP (SUP).

Peixoto Rodrigues classificou ainda o acidente como uma “tragédia” e pediu ao Governo que deixe de ser “autista” e que “considere a profissão como uma profissão de risco”.

“Os agentes da PSP são agredidos todos os dias, morrem quando estão a combater a criminalidade, por isso devia ser criado um subsídio de risco”, apontou, explicando que “quando um elemento da PSP tenta fazer um seguro de vida este seguro é agravado, pois a profissão é considerada de risco”.

Por esta razão, Peixoto Rodrigues defende que o Executivo tome uma posição: “Ou considera a profissão de agente policial como de risco ou então deve legislar no sentido de não permitir que isto aconteça nas seguradoras”.

Tal como na PSP, também na GNR não houve mortes a lamentar no ano transato. José Alho, presidente da ASPIG - Associação Socioprofissional Independente da Guarda disse ao Notícias ao Minuto que é sempre uma “tragédia” quando os agentes e guardas perdem a vida durante o cumprimento das suas funções.

“Lamento muito o que aconteceu, é muito triste”, começou por dizer ao Notícias ao Minuto, acrescentando que, tal como na PSP, também no ano passado não houve mortes a lamentar.

Ainda assim, o sindicalista fez questão de lembrar que “apesar de não haver registo de qualquer morte em serviço, não nos podemos esquecer de todas as agressões que os elementos das forças policiais sofrem todos os dias nas ruas”.

Os dois suspeitos foram posteriormente detidos. Têm 17 e 20 anos e já estavam referenciados pelas autoridades pelos crimes de roubo e furto.

Vão ser hoje presentes a primeiro interrogatório judicial Tribunal da Comarca de Lisboa Norte, em Loures, para aplicação das respetivas medidas de coação.

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