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"[É expectável] que venha a haver intervenção do Estado no BES"

No seu comentário na SIC Notícias, Francisco Louçã afirmou esta noite que os efeitos de contágio do BES estão à mostra, defendendo acreditar que, na próxima semana, possa haver uma intervenção do Estado no BES. Sobre o negócio Rioforte, defende o antigo líder bloquista que este foi desastroso para a Portugal Telecom, afirmando ainda não compreender como é que a Administração não se demitiu.

"[É expectável] que venha a haver intervenção do Estado no BES"
Notícias ao Minuto

22:58 - 11/07/14 por Notícias Ao Minuto

Economia Francisco Louçã

“O risco de contágio do BES não deixa qualquer dúvida. A queda das ações do BES fizeram com que houvesse quedas na bolsa de Nova Iorque, mas também na bolsa de Madrid. O problema do GES é um problema do BES. São problemas diferentes mas estão profundamente relacionados. O mercado financeiro sublinhou esta relação com a baixa de ações. Há um enorme perigo”, referiu Francisco Louçã na SIC Notícias.

O antigo líder bloquista considerou que a posição assumida hoje pelas várias agências de notação financeira, baixando o rating do BES, é sinal claro da gravidade do que se está a passar no sistema bancário português, porém preferiu destacar a declaração, ontem, do FMI, onde, segundo o mesmo, existem indícios de que podem haver problemas mais vastos dos que os já conhecidos.

“O FMI tratou isto de uma forma muito preocupante. Ontem disse que havia várias vulnerabilidades no sistema bancário português. Não uma mas várias. E que esperava que houvesse uma regulação intrusiva. Há obviamente um efeito de contágio fortíssimo”, referiu Louçã, referindo depois que a almofada financeira, avaliada em pouco mais de 2 mil milhões de euros, poderá não chegar para pagar todas as dívidas do banco, e que este pode ser chamado a responder por negócios realizados pelo grupo.

“O BES foi o agente de colocação financeira de papel comercial - dívida de medio e curto prazo destas empresas -, pedindo capitais e convencendo os clientes do banco que era uma boa aplicação, sendo intermediário. Portanto o banco assume uma responsabilidade que pode ser invocada por quem tiver perdas”, valor que segundo o antigo dirigente político pode ser calculado em 600 milhões e que se juntaria aos 1,2 mil milhões de euros de exposição do Banco ao Grupo (GES).

Por fim, e como que justificando as suas ideias considerou Louçã que “apesar da declaração do primeiro-ministro, hoje, na próxima semana é expectável que venha a haver intervenção do estado no BES, usando uma parte dos fundos da troika, para uma recapitalização, agora numa situação de catástrofe”, em clara menção aos pedidos de outros bancos que usaram os fundos cedidos por FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, para a sua recapitalização. “Isto significa um risco para os contribuintes portugueses”, adverte.

“A próxima semana é a semana de todas as decisões. Há possibilidade da falência da Rio Forte e isso desencadeia a necessidade de uma intervenção do Governo. Tudo isto antes da administração tomar posse”, justifica, afirmando depois de que já teria havido uma queixa, apresentada por Queiroz Pereira, quando à situação do banco, e que o Banco de Portugal nada fez. Por essa razão, considera o comentador da SIC Notícias que “o BdP agiu, como sempre, de uma forma muito próxima do interesse financeiro , esperando que um milagre recuperasse os fundos e não protegendo a estabilidade e confiança financeira”.

Por fim, de forma perentória e conclusiva afirmou: “Quando um regulador tem de fazer dois comunicados durante dois dias seguidos dizendo que tudo está bem, só está a dizer que está tudo mal”.

Sobre o investimento de, praticamente, 900 milhões de euros da PT na Rioforte, empresa com ligação ao grupo GES, realizado através da aquisição de papel comercial, Louçã considerou o negócio ‘desastroso’, afirmando ainda não entender como é que a administração da empresa portuguesa se mantém em funções

“A PT já admite que há incumprimento possível da Rioforte. É uma operação lamentável da Portugal Telecom. Uma operação de curto prazo com mais de metade da reserva financeira da PT, num banco com dificuldades e a PT vai perder isto. Em consequência tem perdido o seu valor em bolsa e, por isso, na fusão com a Oi vai perder grande parte da sua posição. Não sei como a administração não se demitiu”, concluiu sobre este tema.

Por fim, defendeu relativamente a um trabalho lançado esta semana, por si, em conjunto com outros estudiosos sobre a reestruturação da dívida, que será necessário tomar medidas, até porque o problema tem de ser debatido com dados concretos e com a apresentação de planos e ideias para o futuro.

“Não conseguimos sobreviver com este nível de dívida”, atirou Louçã, adiantando ainda que, considera, “a reestruturação da dívida é um ato de defesa que Portugal deve ter, mas também de sensatez. Tem de haver um plano concreto dizendo com que contas e com que objetivos”, terminou.

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