Meteorologia

  • 17 MAIO 2024
Tempo
18º
MIN 13º MÁX 20º

"Crescimento anémico não vai resolver défice"

Em entrevista ao Diário Económico e Antena 1, José Silva Peneda, presidente do Conselho Económico e Social, fala esta segunda-feira sobre o chumbo do Tribunal Constitucional, a Europa e a crise portuguesa, afirmando que a natureza desta última foi mal compreendida pelos responsáveis europeus, atribuindo o mau desempenho da economia portuguesa a um "modelo económico que se esgotou".

"Crescimento anémico não vai resolver défice"
Notícias ao Minuto

08:32 - 09/06/14 por Notícias Ao Minuto

Economia Silva Peneda

“As instâncias internacionais, incluindo FMI e Comissão Europeia, viram sempre Portugal como sendo resultado de uma crise financeira. A crise tem a ver com o modelo económico que se esgotou. Um modelo assente na produção de bens não transacionáveis, no consumo baseado num crédito ilusoriamente fácil, num endividamento muito grande das empresas”, afirmou Silva Peneda em entrevista ao Diário Económico e Antena 1.

Para o responsável pelo Conselho Económico e Social, o ajustamento da economia portuguesa a estas novas circunstâncias terá sempre de implicar um compromisso a médio prazo, porque a curto prazo “as pessoas socorrem-se de medidas para apagar fogo”.

“Estamos numa fase de transição para um novo modelo, que não se cria com programas de curto prazo a dois anos. Exige uma visão de médio e longo prazo por isso os nossos apelos constantes ao compromisso”, referiu sobre este tema.

Sobre a decisão do Tribunal Constitucional de chumbar três de quatro medidas do Orçamento do Estado para 2014, Silva Peneda diz que estas “questões não são óbvias” pelo que, neste momento, face à decisão dos responsáveis do Palácio Ratton, o Governo tem pouca margem de manobra.

“Compreendo a dificuldade do Governo, que perante a decisão do TC, não tem muitos instrumentos para poder fazer aquilo que o cenário impõe. Perante o Tratado Orçamental e o DEO, teremos um crescimento da economia anémico. Não será com este que se vai resolver o problema do défice”, referiu o Peneda, acrescentando ainda que perante “a passagem cada vais mais estreita em que não há margem para mexer na despesa, resta o aumento de impostos”.

Porém, para o presidente do CES, neste âmbito já foi atingida uma “fasquia muito alta” pelo que qualquer solução de futuro terá de passar “por uma ambição muito maior em termos de crescimento económico”, sendo que para isso será também fundamental o papel da Europa, a quem Silva Peneda diz faltarem horizontes de longo prazo.

“A política europeia está a ser decidida numa base de curto prazo e normalmente atrás dos acontecimentos. No nosso país e na Europa falta uma visão e as visões constroem-se num horizonte de médio prazo”, rematou. Sobre o tema europeu, o responsável do CES admitiu estar disponível para ocupar um cargo como comissário, porém, esta decisão partirá sempre do novo presidente.

“Não nego que podia ser um desafio aliciante, não me ponho de fora. Agora, também depende do conteúdo da parta porque há pastas que não interessam”, rematou.

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório