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Homo Curiosus. 'Cérebro nacional' conta tudo sobre este evento (gratuito)

O físico Carlos Fiolhais é um dos ‘cérebros nacionais’ que participará no evento Homo Curiosus, que terá lugar no dia 21 de outubro, em Lisboa.

Homo Curiosus. 'Cérebro nacional' conta tudo sobre este evento (gratuito)
Notícias ao Minuto

09:20 - 18/10/23 por Miguel Dias

Tech Ciência

Será este sábado, dia 21 de outubro, que Lisboa receberá o Homo Curiosus, organizado pela AMC Networks - que congrega os canais  História, Odisseia, AMC Break e AMC Crime - em parceria com a NOS. O evento terá lugar no Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações, e será gratuito - com o objetivo de chegar a famílias e espoletar a curiosidade em torno da ciência.

O Homo Curiosus será apresentado por Rita Camarneiro e contará com uma série de experiências imersivas em algumas das áreas de maior interesse do mundo da ciência e tecnologia. Entre elas temos a Inteligência Artificial, o 5G, a robótica e também hologramas, os quais podem vir a tornar-se cada vez mais comuns por via da Realidade Aumentada.

Além destas experiências, os visitantes poderão assistir a palestras de grandes nomes da área, como é o caso do diretor de voo da Missão Espacial Europeia, João Lousada; o professor da Universidade de Viena e distinguido como Cientista do Ano em 2018, Nuno Maulide; e também a sexóloga, investigadora e autora da obra ‘Diário de uma Ninfomaníaca’, Valérie Tasso.

Para lá destes nomes, um dos participantes é o físico Carlos Fiolhais, um dos ‘cérebros nacionais’ ao qual tivemos a oportunidade de colocar algumas perguntas sobre este Homo Curiosus.

Abaixo pode ler o que o físico a dizer acerca deste evento e por que razão deve considerar uma visita durante o próximo sábado.

Notícias ao Minuto© Homo Curiosus  

No que se baseia este evento Homo Curiosus? Que objetivo espera cumprir?

O Homo Curiosus será um grande evento de divulgação da ciência, com participação gratuita, a realizar no dia 21 de Outubro no Pavilhão do Conhecimento em Lisboa.

Organizado pela AMC Networks - que congrega os canais  História, Odisseia, AMC Break e AMC Crime - em parceria com a NOS, o evento incluirá palestras por alguns dos mais conceituados cientistas portugueses, documentários e experiências imersivas, designadamente interações com 5G, robôs e hologramas.

O objetivo é avivar a curiosidade que existe em cada um de nós, avivando ao mesmo tempo a consciência para os grandes desafios com os quais estamos confrontados. A ciência e a tecnologia abriram-nos múltiplos e espantosos caminhos, cabendo-nos não apenas explorá-los com a nossa natural curiosidade, mas também remover os obstáculos que nos transtornem.

Não penso que a humanidade possa ‘emigrar’ para outro astro. Não há uma ‘Terra B’. Esta será sempre a nossa ‘casa comum’, razão pela qual devemos assegurar aqui a melhor qualidade de vida

Que tipo de iniciativas/experiências os visitantes poderão encontrar no Pavilhão do Conhecimento?

Haverá ao longo do dia espetaculares comunicações de ciência, para além da introdução à curiosidade feita por mim, sobre temas científicos de grande atualidade dos cientistas como Alexandre Quintanilha (alterações climáticas), Joana Branco e David Marçal (biologia evolutiva), Nuno Maulide (plásticos), João Lousada (astronáutica), Céu Mateus e Ana Domingos (saúde), Valérie Tasso (sexualidade), Eugénia Cunha (antropologia) e António Pacheco (criptomoedas).

Sobre esses temas haverá documentários, alguns deles premiados. E haverá demonstrações nas quais o público, que se deseja de todas as idades, pode participar ativamente.

Que tipo de temáticas científicas acha que são importantes que estejam presentes neste evento? Sobretudo para os mais novos e pais/encarregados de educação.

Destaco alguns dos temas: Alterações climáticas (o problema está perante nós e a política não o pode ignorar), a poluição do planeta (que temos de evitar, com boas práticas desde tenra idade), as viagens espaciais (que nos fazem sonhar, em particular os mais novos), a medicina (que procuramos para viver mais e melhor) e o sexo (um dos temas que mais interessa não só aos humanos mas aos seres vivos em geral).

Estes temas terão dos melhores ‘explicadores’: Alexandre Quintanilha (físico e biólogo com longa carreira e agora político), Nuno Maulide (professor português da Universidade de Viena, autor de dois livros recentes de divulgação da Química), João Lousada (astronauta análogo, isto é, que simula na Terra viagens espaciais, e director de voo do módulo da ESA da Estação Espacial Internacional, em Munique) e Valérie Tasso (sexóloga francesa que trabalha em Madrid, autora de best-sellers internacionais). Mas os outros temas não são menos interessantes.

Os mundos virtuais interativos prometidos para a Internet ainda não são suficientemente cómodos, rápidos e baratos para um uso generalizado. Mas as tecnologias estão em evolução

A Inteligência Artificial (IA) é dos temas que estará representado neste evento. Na visão do Carlos Fiolhais, que riscos e vantagens é que podemos esperar desta tecnologia à medida que é implementada na nossa sociedade?

Sim, a IA estará representada por um robô humanóide. Já vivemos num mundo cheio de IA, e o papel desta vai aumentar. O maior perigo parece ser a intoxicação que ela pode causar na Internet, se for usada de um modo desregulado.

As vantagens são múltiplas: é, já hoje, uma ferramenta não só de produtividade como, mais do que isso, de criatividade. Com a ajuda das máquinas podemos ser mais criativos. Não, não penso que a IA alguma vez possa substituir os seres humanos, embora possa ajudá-los muito. Com ela, perceberemos melhor o que é a essência do humano. 

A exploração espacial é outro dos temas que estarão presentes no Homo Curiosus. Quais são os principais obstáculos na transição da espécie humana para uma espécie multiplanetária?

Como disse o pioneiro Tsiokolvski: “A humanidade nasceu na Terra, mas ninguém fica eternamente no berço?”. Já fomos à Lua, em breve voltaremos lá e contamos ir a Marte. Já  nasceram os primeiros marcianos, isto é, os membros da equipa que irá pisar solo marciano.

Haverá colónias fora da Terra, tal como hoje já é a Estação Espacial Internacional, a orbitar a  Terra e habitada em permanência há mais de duas décadas. Mas não penso que a humanidade possa ‘emigrar’ para outro astro. Não há uma ‘Terra B’. Esta será sempre a nossa ‘casa comum’, razão pela qual devemos assegurar aqui a melhor qualidade de vida.

A IA e os hologramas (por via do metaverso) ‘ameaçam’ tornar-se as grandes tendências do mundo da tecnologia nos próximos anos. Será que a comunicação e intimidade entre seres humanos será afetada negativamente no futuro mesmo que o intuito seja o contrário?

A IA já é um grande tendência na nossa vida: não podemos passar sem ela para muita coisa e no futuro veremos carros automáticos em grande número e seremos ajudados pelo seu uso generalizado em medicina.

Na minha opinião, apesar dos avanços da realidade virtual, os mundos virtuais interactivos prometidos para a Internet ainda não são suficientemente cómodos, rápidos e baratos para um uso generalizado. Mas as tecnologias estão em evolução.

Os mundos virtuais são construídos e utilizados pelos humanos, pelo que encontramos e  encontraremos neles todas as virtudes e defeitos dos humanos. Os seres humanos vivem em sociedade, pelo que os instrumentos de comunicação entre eles reforçam os laços entre a humanidade. Mas também é fácil alimentar antagonismos com tecnologias, como hoje já está bem à vista. Cabe ao Homo Curiosus - homens e mulheres curiosos que somos nós todos - ser também Homo Sapiens - homens e mulheres sábios. 

A ciência e a tecnologia, derivadas da curiosidade, aumentam as nossas possibilidades. Mas cabe-nos a nós, com base em valores partilhados, tomar as melhores decisões.

Leia Também: Astronauta diz o que sente mais falta de viver no Espaço

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