O Orçamento, a pressão ao PS e os "aliados da onça"
Vital Moreira afirma que os partidos que sustentam o Governo sempre fizeram uma "leitura assaz unilateral do acordo político com o PS": se as coisas correrem bem, o mérito é deles, se correrem mal, a culpa será sempre do PS.
© Global Imagens
Política Vital Moreira
Vital Moreira antecipa aquilo que serão as dificuldades do Governo nos próximos tempos associadas ao Orçamento do Estado para 2017 e critica as "advertências feitas em vários tons" pelo Bloco de Esquerda e Partido Comunista.
"Ao ouvir as recentes advertências em vários tons do BE e do PCP sobre o Orçamento para o ano que vem, é fácil entender que para eles se o Governo vier a ter dificuldades em corresponder às suas exigências, então o problema é exclusivamente do Governo e do PS", introduz Vital num artigo publicado no blogue Causa Nossa, onde o constitucionalista relembra, no contexto do Orçamento para 2017, as obrigações do país na UE em matéria de consolidação orçamental.
Para o socialista, os discursos dos partidos que sustentam o Governo "não passam para já de uma coreografia política para a respetiva galeria partidária e para aumentar a pressão sobre os socialistas".
Contudo, há uma evidência à qual é impossível escapar. Desde o início que ambos aqueles partidos fazem uma leitura assaz unilateral do acordo político com o PS: se as coisas correrem bem, como até agora, os méritos essenciais são deles, que viabilizaram o Governo, que de outro modo não existiria, e impuseram as devidas condições; se as coisas falharem (e eles não excluem essa eventualidade), então a culpa exclusiva será obviamente do PS, que (podemos antecipar o discurso) não conseguiu "romper suficientemente com as políticas de direita" nem "sacudir os constrangimentos resultantes das políticas da UE"
Em todo o caso, só em outubro o pano cairá, "quando a peça 'Orçamento 2017' entrar realmente em cena...", termina reticente, Vital Moreira.
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