Meteorologia

  • 16 MAIO 2024
Tempo
15º
MIN 14º MÁX 21º

"Constituição não diz que Presidente tem de tomar chá com os partidos"

No artigo de opinião no Diário Económico, o ex-ministro socialista assinou o artigo 'A cerimónia do chá' deixando no ar várias críticas ao Presidente da República.

"Constituição não diz que Presidente tem de tomar chá com os partidos"
Notícias ao Minuto

12:37 - 23/10/15 por Notícias Ao Minuto

Política Silva Pereira

"A Constituição não diz que o Presidente da República, antes de nomear o primeiro-ministro, tem de tomar chá com os partidos. Diz, isso sim, que tem de ouvi-los. O que só pode significar uma coisa: a decisão do Presidente deve levar em conta o que os partidos dizem", disse Pedro Silva Pereira num tom crítico.

Para o jurista foram deixadas duas mensagens claras. "A primeira, é que Passos Coelho falhou na sua missão de garantir a viabilidade política de um governo minoritário da Direita, sendo portanto inútil a sua nomeação como primeiro-ministro. A segunda, é que há no novo Parlamento uma nova maioria de Esquerda disposta a viabilizar, de forma duradoura, um governo da iniciativa do Partido Socialista, liderado por António Costa", escreve o socialista, num artigo que hoje assina no Diário Económico.

"Naturalmente, mesmo na ausência da maioria absoluta, faz todo o sentido conceder ao líder do partido mais votado a precedência na tentativa de reunir as condições políticas para viabilizar um Governo. Ainda que minoritário", indica.

O Presidente da República acabou por ontem indigitar Passos Coelho como primeiro-ministro. "Nestes termos, essa precedência, que faz jus à condição do PSD como maior partido parlamentar, já foi cumprida e teve o resultado que todo o País conhece: Passos Coelho, depois de interromper ele próprio as reuniões com o Partido Socialista, teve de reportar ao Presidente não ter conseguido garantir a viabilização do seu putativo Governo, o que aliás foi confirmado por todos os partidos com assento parlamentar", refere.

"É por isso que a nomeação de Passos Coelho como primeiro-ministro será, certamente, um gesto inútil. Mas será mais do que isso: será também um gesto de desprezo pela posição maioritária dos partidos políticos, cuja audição, embora imposta pela Constituição, é tratada como se fosse irrelevante para a decisão de nomear o primeiro-ministro", admite.

Silva Pereira disse ainda que esta é a primeira vez "na nossa história democrática é possível o que há muito se tornou comum nas democracias europeias – uma maioria parlamentar sem a participação do partido mais votado".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório