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Com listas afixadas, partidos realçam que Europeias não serão "2.ª volta"

Apesar das divergências, a maioria dos partidos concordou – e realçou – que o sufrágio de 9 de junho não será uma continuação das eleições Legislativas do dia 10 de março.

Com listas afixadas, partidos realçam que Europeias não serão "2.ª volta"
Notícias ao Minuto

09:36 - 30/04/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política Eleições Europeias

No último dia para a apresentação de candidaturas às eleições Europeias, a generalidade dos partidos acorreu ao Tribunal Constitucional (TC) para submeter as suas listas. Apesar das divergências, a maioria dos coletivos partidários concordou – e realçou – que o sufrágio de 9 de junho não será uma continuação das eleições Legislativas do dia 10 de março, nas quais a coligação Aliança Democrática, que junta o Partido Social Democrata (PSD), o CDS – Partido Popular e o Partido Popular Monárquico (PPM), saiu vitoriosa, ainda que por pouco. Agora, e terminado o prazo, o TC fará, esta terça-feira, o sorteio das listas, para lhes atribuir uma ordem no boletim de voto.

O cabeça de lista do PSD, Sebastião Bugalho, apontou, em declarações à imprensa, que "ninguém vem acertar contas com ninguém" nestas eleições, assegurando não estar “nada preocupado em enfrentar o Partido Socialista (PS)”.

"As eleições são sempre provas de força; isso faz parte da festa da democracia. Não estou nada preocupado em enfrentar o PS. É por isso que nos apresentamos, porque acreditamos mais na nossa visão da Europa do que na socialista", disse.

O jovem anunciou ainda que o programa eleitoral dos sociais-democratadas será apresentado na próxima semana, tendo garantido que cumprirá o seu mandato caso seja eleito.

"A minha ambição é servir o Parlamento Europeu. O nosso espaço da Direita democrática representa o sonho europeu e houve gente muito boa, que conseguiu atingir esse sonho europeu, porque eram portugueses e estavam na Europa", reiterou.

A candidata pelo PS, Marta Temido, partilhou de uma opinião semelhante, mostrando-se confiante de que “os portugueses, ao longo da campanha, vão conseguir entender que esta é uma disputa diferente” das Legislativas.

“Não temos esse receio, porque sabemos que os portugueses, ao longo da campanha, vão conseguir entender que esta é uma disputa diferente, que é muito importante. […]. [Esta] eleição tem um valor próprio”, indicou.

A antiga ministra da Saúde salientou que o PS tem um “compromisso com uma atitude proativa em relação ao projeto europeu”, uma vez que acredita que “há na arquitetura europeia instrumentos que, se bem utilizados, permitem responder melhor às expectativas dos cidadãos europeus e dos portugueses”, como é o caso do PRR, das vacinas e até mesmo das sanções aplicadas à Rússia e do apoio humanitário e financeiro concedido à Ucrânia.

Já o líder do partido de extrema-direita Chega, André Ventura, lançou duras críticas tanto ao PSD como ao PS pela sua escolha de candidatos, tendo atirado que seu cabeça de lista, António Tânger Correa “vai ser o único adulto na sala”.

[A escolha da ] AD é pouco credível e a do PS, honestamente, é um desrespeito para com os portugueses. […] Uma ministra que sai depois da morte de um bebé, de uma grávida que não conseguiu ter o bebé. De ter deixado a saúde no estado em que está. A escolha do PS não podia ser pior", disse.

Ainda assim, o responsável ressalvou que as Europeias não serão "uma segunda volta das Legislativas, como queria Luís Montenegro", mas sim "uma clarificação do que aconteceu a 10 de março. Espero que o Chega tenha uma grande vitória", confessou.

Europeias. 17 partidos e coligações concorrem às eleições de 9 de junho

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Por seu turno, o candidato da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, mostrou-se confiante na estreia do partido no Parlamento Europeu, adiantando que o coletivo pretende dar à Europa novamente uma "aura de liberdade, paz e prosperidade que durante tanto tempo fez com que fosse uma das instituições mais apreciadas pelos portugueses e que tem estado a perder".

O líder da IL, Rui Rocha, apontou ainda que fazer das eleições Europeias uma segunda volta das Legislativas é um "fraco serviço ao país", qualificando também de "muito preocupante" uma eventual exclusão do partido dos debates.

"Não deve ser e quem a quiser transformar nessa segunda volta [das legislativas] faz, de facto, um fraco serviço ao país, porque nós temos coisas importantes para discutir", defendeu.

Já a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, considerou ser "preciso que as pessoas em Portugal também saibam quando vão votar é que estão a votar nos candidatos que as defendem todos os dias nessas decisões".

"Que a campanha europeia seja uma campanha sobre como a Europa nos afeta e como nós podemos defender uma Europa de paz, de solidariedade e de comunidade. Será esse esforço e o compromisso do BE nestas eleições", disse.

A líder bloquista indicou também que "o BE não defende a saída do euro" e considerou que este é um debate extemporâneo, sendo necessário responder aos "enormes desafios" que a Europa enfrenta, que "vão das alterações climáticas à guerra, à necessidade de responder pelo Estado social".

A cabeça de lista pelos bloquistas, Catarina Martins, defendeu uma posição parecida, tendo salientando que “o que está a ser decidido hoje na Europa é a sua vida e a sua vida todos os dias”.

“No BE achamos que é muito importante disputar umas eleições Europeias, que são uma disputa por democracia, por estado social, por responder aos grandes desafios do nosso tempo", salientou.

Por sua vez, o candidato do Livre, Francisco Paupério, rejeitou ter ficado desmotivado com a votação da lista que encabeça - que foi aprovada no domingo em Assembleia com 13 votos a favor, 18 abstenções e seis contra - e insistiu que tem a confiança não apenas de Rui Tavares, mas também de "todos os órgãos do partido".

"O Livre vai fazer a reflexão que tem que fazer em relação a este processo e internamente vai discutir esse assunto certamente, no futuro", disse, assumindo que pretende focar a campanha em assuntos europeus e mostrar "porque é que é importante ter o Livre no Parlamento Europeu".

"Este vai ser o ultimo plenário até 2030 em que vamos tentar pelo menos impedir a direção para a qual estamos a caminhar neste momento, que é de crise climática, direção de aumento de desigualdades. Este é o último plenário no Parlamento Europeu no qual que vamos conseguir mudar este rumo e tornar uma Europa social, mais verde e mais democrática", afirmou.

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real confessou que o partido parte “com muita esperança para este ato eleitoral porque, ao contrário das eleições para o Parlamento nacional, para a Europa todos os votos contam e não há desperdício de votos”.

"Todas e todos nós podemos ajudar a eleger a voz do PAN para o Parlamento Europeu, que é o único partido político em Portugal que representa não apenas os animais, mas a natureza e também os direitos humanos e sociais", disse.

O seu candidato, Pedro Fidalgo Marques, salientou ainda que "estas eleições europeias têm extrema importância porque cada vez mais o que se decide na Europa tem impacto na vida dos cidadãos em Portugal e temos de ter a consciência que todos os votos contam".

O cabeça de lista disse, assim, estar confiante que "as pessoas que votaram no PAN em 2019 e ajudaram o partido a eleger um deputado vão continuar a confiar no PAN”.

Mais eleitores da AD que do Chega afirmam votar nas eleições europeias

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Quase dois terços (62%) dos eleitores da Aliança Democrática garantem que vão votar nas eleições europeias de junho, contra metade (50%) dos apoiantes do Chega, segundo um estudo do Conselho Europeu de Relações Exteriores, divulgado hoje.

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Por fim, a cabeça de lista pelo Alternativa Democrática Nacional (ADN), Joana Amaral Dias, assegurou ser "a mesma" pessoa que era quando integrou o BE, partido que, na sua ótica, não diverge assim tanto do coletivo de extrema-direita.

"Não sei se são políticas assim tão diferentes. Quer eu, quer o ADN defendemos como princípio fundamental a defesa da paz. Aliás, é a única candidatura a estas eleições europeias que defende o primado da paz e que recorda a todos que a Europa foi construída em cima da Segunda Guerra Mundial, contra a barbárie que foi o século XX, e é nesse primado que devemos continuar a aprofundar o projeto europeu", disse, em declarações aos jornalistas, depois de entregar a lista do partido que encabeça ao sufrágio de 9 de junho.

Entretanto, o Volt Portugal pediu à Provedoria de Justiça que avance com uma ação junto do TC para extinguir o partido ADN por "perfilhar ideologia fascista" e solicitou uma providência cautelar sobre a subvenção deste partido.

De acordo com as listas afixadas no TC, concorrem às eleições europeias de 9 de junho a Aliança Democrática (coligação composta pelo PSD, CDS e PPM), PS, Chega, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, CDU (coligação PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.

No total, são duas coligações (AD e CDU) e 15 partidos. Dos 24 partidos reconhecidos pelo Tribunal Constitucional, só quatro não vão a votos: Aliança, PCTP/MRPP, Juntos Pelo Povo (JPP) e (A)TUA (antigo PRPP).

No que se refere à candidatura do MAS, o Tribunal Constitucional emitiu um acórdão em que se lê que foram apresentadas duas listas em nome do partido.

Às últimas eleições europeias, em 2019, tinham concorrido 17 partidos e coligações, o maior número de sempre neste tipo de sufrágio, equivalente ao deste ano. O PS ganhou as eleições, com 33,38%, elegendo nove eurodeputados. O PSD ficou em segundo, obtendo seis mandatos, seguido do BE e CDU, ambos com dois eurodeputados, e do CDS e PAN, que elegeram os dois um representante.

Leia Também: Europeias. 17 partidos e coligações concorrem às eleições de 9 de junho

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