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Nuno Melo acusa Esquerda de mentira e manipulação da opinião pública

Em causa a votação das propostas para salvar vidas no Mediterrâneo.

Nuno Melo acusa Esquerda de mentira e manipulação da opinião pública
Notícias ao Minuto

12:44 - 03/11/19 por Melissa Lopes

Política Refugiados

O assunto marcou a agenda noticiosa a semana passada. De Estrasburgo chegaram relatos de indignação face à votação final de uma proposta para salvar vidas no Mediterrâneo, uma recomendação que foi chumbada por 290 votos contra 288. 

E logo se apontou o dedo a dois eurodeputados portugueses que ajudaram a chumbar a proposta: Nuno Melo, do CDS , Álvaro Amaro, do PSD e José Manuel Fernandes, também do PSD, que se absteve. 

Face a todas as reações que a votação em causa originou, o eurodeputado Nuno Melo socorreu-se das redes sociais para explicar que não foi bem assim e para acusar a Esquerda de manipulação e mentira.

"A afirmação de que a maioria dos deputados do parlamento europeu - nos quais me incluo - votaram contra o salvamento de refugiados no Mediterrâneo é absolutamente falsa, insidiosa e revela o carácter de quem a profere (...) De resto, só por absurdo se poderia imaginar que uma maioria dos deputados no Parlamento Europeu desejasse a morte de quem quer que seja. Causa perplexidade esta conclusão tão óbvia não ocorrer a quem coloca essa possibilidade", escreveu, defendendo a sua posição em seis pontos.

Em primeiro lugar, explicou, "foram várias as propostas sujeitas a votação e não apenas uma", tendo o PPE apresentado uma proposta "com o mesmíssimo fim - entre outras coisas, cuidar do resgate e salvamento de pessoas em risco no Mediterrâneo -, proposta esta que foi chumbada". O mesmo aconteceu com outras propostas da autoria de outros grupos políticos.

"Ou seja, significa isto que não foi apenas a proposta do relator socialista que foi chumbada com votos da direita. Foram todas as propostas, nomeadamente as referidas, com votos da esquerda", argumentou, sublinhando que "houve eurodeputados de todos os partidos, socialistas e do grupo de extrema-esquerda - em que se inserem BE e PCP também - que votaram contra a proposta socialista". "Houve até um eurodeputado do BE que nem sequer votou", apontou centrista.

Nuno Melo disse, por fim, que entre as razões que o levaram a votar contra a proposta socialista está o facto de esta não fazer a "distinção entre refugiados e migrantes". "Fica a explicação e obviamente demonstrada a mentira, pelo menos para quem queira fazer uma interpretação de boa-fé", terminou.

No entanto, o eurodeputado centrista voltaria ao Facebook para abordar o assunto. "A manipulação e mentira com que a esquerda explora as redes sociais e certa imprensa é tão abaixo de tudo e alguma turba que a repete sem investigar e ler uma linha do que seja tão acéfala, que essa esquerda vota contra uma proposta do PPE destinada a salvar vidas no Mediterrâneo, mas papagueia-se que alguns à direita são desumanos", escreveu na quarta-feira, transcrevendo um excerto do que votou contra a esquerda.

"Basicamente, em Portugal concretiza-se como Marx teorizou: 'As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante'. Perceba-se quem domina no país e explica-se tudo o resto", disse.

No dia seguinte, sobre o mesmo assunto, escreveu: "O BE mete na rede o logro da narrativa e a turba repete. Turba que não investigou nada do que aconteceu, só papagueia o logro, como muita imprensa fez, o que numa democracia supostamente consolidada, sinceramente arrepia, para não adjetivar com maior justiça".

O centrista acusa Marisa Matias de também ter votado contra o salvamento de pessoas no Mediterrâneo ao ter votado contra a proposta do PPE. E este domingo, dia em que falou sobre o tema em entrevista à TSF, acrescenta no Facebook ser "ridículo" o texto da eurodeputada ['A vida dos outros'] sobre o assunto e reitera as críticas:

"Má-fé pela mentira e manipulação da opinião pública, lamentável pelas redacções com partido que se prestaram ao frete".

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