Estado da Nação: Legislatura "valeu a pena" ou foi um "reality show"?
Líderes parlamentares analisam desta forma os últimos quatro anos de governação em Portugal.
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Política Partidos políticos
A propósito do debate sobre o estado da nação, marcado para esta quarta-feira, na Assembleia da República, a Agência Lusa falou com os líderes parlamentares de todos os partidos para que estes fizessem um rescaldo da última legislatura política. Críticas e elogios não faltam, numa balanço onde se pesa aquilo que valeu a pena e onde se questiona sobre o que poderia ter sido feito melhor.
A avaliação positiva permite ao também presidente do PS acreditar que Portugal tem condições de "perspetivar o futuro de forma mais confiante e otimista, permitindo "a breve prazo" também "investir mais nos serviços públicos, seja na saúde, educação ou transportes".
Falta de governação e "ilusão": Da oposição vêm as críticas
Opinião contrária defende o PSD, que chega mesmo a considerar que a legislatura apelida de Geringonça mais não foi que um "reality show".
O ex-ministro considera, ainda, que nos últimos quatro anos se foi "assistindo às negociações em público e sabendo das privadas entre os partidos que governam o país", motivo pelo qual considera que houve "uma má governação".
Já o CDS considera que o Governo liderado por António Costa viveu na "ilusão do fim da austeridade que foi decretada artificialmente pelo governo, mas que, no dia a dia, (...) vê cada vez mais problemas em áreas estão essenciais como a saúde, a educação, a segurança, nos transportes". Elogia, contudo, a "reposição dos rendimentos", embora isso não queira "necessariamente dizer uma nação com mais dinheiro disponível", dado que o executivo "especializou-se na velha tática de dar com uma mão e tirar com uma e meia", atira.
O que pensam os 'aliados' da Geringonça?
O líder parlamentar do BE considerou que o país ficou "melhor do que estava em 2015". Pedro Filipe Soares recordou que há quatro anos foi conseguida "uma saída política que mostrou que havia uma alternativa, que não estava refém da austeridade e podia contemplar recuperação de salários, rendimentos e direitos e valorizar a economia, com a criação de postos de trabalho". Apesar disso, assume que "poderia ter sido possível ainda ir mais longe e isso não só teria ajudado ainda mais a economia como teria transformado" Portugal "num país melhor".
A mesma opinião defende o PCP. Pela voz de João Oliveira o partido defende o estado da nação como "o da esperança que foi devolvida com a recuperação de direitos e rendimentos, mas ainda assim com um caminho que devia ter ido mais longe para que a resposta aos problemas do país fosse outra e houvesse uma correspondência maior com aquilo que eram as aspirações e anseios do povo português e as próprias necessidades do país".
Também o Partidos Os Verdes considera, "claramente" que o país não foi "tão longe quanto era possível e desejável", dando como exemplo o investimento na ferrovia.
Ainda assim, a deputada ecologista sublinhou "passos muito importantes naquilo que se refere à promoção da qualidade de vida das pessoas e também na maior sustentabilidade do desenvolvimento do país".
O apoio que tornou os debates "mais verdes"
Antes de analisar o que foi feito nos últimos quatro anos, para o líder do PAN, André Silva, importa salientar a mudança de liderança política numa coligação que considera "inédita" e que pôs fim à "dicotomia governos PS-PSD".
"Do ponto de vista do sistema democrático e do amadurecimento no nosso sistema democrático, considero isto mesmo extremamente positivo [...]. Foi um passo fundamental", concluiu, considerando que a intervenção do seu partido foi uma mais valia sobretudo no que ao debate de novas matérias, "mais verdes", diz respeito.
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