O CDS, que tem dedicado a sua agenda aos problemas da ferrovia no país, já havia feito referência ao ‘comboio especial’ do PS, um evento que marcará a rentrée política dos socialistas este fim de semana. 

"Constatámos que o PS vai ter brevemente a sua 'Festa de Verão' e utilizará um 'comboio especial'. É normal e natural que quem tem comboios especiais, não sei se com 'catering' ou sem, provavelmente, com ar condicionado, não esteja preocupado com a situação dos portugueses, que é de comboios que não existem, não funcionam em condições e, muitos deles, foram suprimidos", disse Telmo Correia, segurando um cartaz alusivo ao evento socialista, marcado para sábado, em Caminha.

Ora, a este propósito, a Infraestruturas de Portugal enviou uma carta ao PS, a que o Observador teve acesso, onde dá conta de que a CP “aceita os atrasos resultantes a outros comboios” para deixar passar o tal comboio ‘especial’ do PS que circulará entre Pinhal Novo-Lisboa e Caminha.

Questionada pelo mesmo jornal, fonte da empresa desvalorizou a situação, afirmando que “a CP realiza há décadas comboios especiais para vários clientes”. Por seu turno, o secretário nacional para a organização do PS, Luís Patrão, defendeu que esta é uma iniciativa "absolutamente standard" . "Recorremos à CP como um prestador de serviços qualquer outro, sujeitámo-nos aos horários e preços existentes", disse à mesma fonte, explicando que a iniciativa custará cerca de 13 mil euros. 

O deputado do PSD Carlos Abreu Amorim já comentou o assunto, lançando críticas à CP. Através de uma publicação feita no Facebook, o social-democrata atira: “Acumulam prejuízos e prestam um serviço cada vez mais medíocre”.

Será que estão preocupados em readquirir a confiança dos portugueses?, questiona, respondendo de seguida: “Nada disso. Pelos vistos, apenas querem fazer favorzinhos (de legalidade duvidosa) ao partido que está no poder. Os passageiros que se lixem. Tristemente sintomático...”, pode ler-se.

Recorde-se que, depois de, na terça-feira, o CDS ter requerido a antecipação para a próxima semana da comissão permanente da Assembleia da República para debater o estado da ferrovia, esta quinta-feira fonte do gabinete do presidente do Parlamento adiantava que o pedido não estava "em condições de ser deferido por razão regulamentar". 

Apesar disso, o CDS insistiu na convocatória da conferência de líderes parlamentares para agendar uma reunião urgente da comissão permanente, sendo que, mais tarde, Ferro Rodrigues recuaria, convocando "para segunda-feira, às 15h45, uma conferência de líderes com um único ponto da agenda que é a análise do requerimento do CDS-PP.