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"É um direito que a ele cabe". A reação elogiosa de César a Sócrates

O presidente do PS, Carlos César, reagiu na manhã desta sexta-feira à decisão de José Sócrates abandonar o partido, anunciada hoje.

"É um direito que a ele cabe". A reação elogiosa de César a Sócrates
Notícias ao Minuto

11:31 - 04/05/18 por Patrícia Martins Carvalho

Política PS

O presidente do Partido Socialista, Carlos César, falou esta sexta-feira, a partir do Parlamento, para comentar a saída de José Sócrates do partido.

Aos jornalistas, Carlos César deixou elogios ao principal arguido da Operação Marquês, referindo o "orgulho" do partido no antigo primeiro-ministro, que alcançou "progressos assinaláveis" durante o seu mandato e meio.

Sobre a decisão de José Sócrates de cortar o 'cordão umbilical' que ainda o ligava ao PS, o presidente do partido disse ter-se tratado de uma "decisão assumida de forma responsável" e que é um "direito que a ele cabe".

Apesar de ter dito anteriormente que as suspeitas que recaem sobre o antigo Chefe do Executivo "envergonham" os socialistas, Carlos César teceu hoje elogios ao antigo secretário-geral socialista.

O engenheiro José Sócrates deixou uma marca muito positiva como primeiro-ministro num período em que o país alcançou progressos e resultados assinaláveis

Falando sobre a polémica que se instalou depois das suas declarações e dos comentários de outros socialistas relativamente às suspeitas que recaem sobre Sócrates e Manuel Pinho, Carlos César manteve a posição que tem vindo a assumir.

Da parte do PS não há nenhuma mudança na avaliação de uma questão fundamental que é a separação daquilo que é a justiça e daquilo que é a política. O que dissemos e continuamos a dizer é que haverá desde logo, e sempre, uma preocupação para com suspeitas e acusações de atos gravesE continuou: "O que dizemos é que, se se confirmarem essas suspeitas e acusações, o que hoje os portugueses sentem quando confrontados com elas é justamente um entristecimento e compreensivelmente um sentimento de revolta. É isso que temos dito e continuamos a dizer".

Para afastar a exclusividade das responsabilidades do partido que dirige, Carlos César lembrou que "estes casos se têm disseminado ao longo dos anos por personalidades e situações que não envolvem o Partido Socialista", frisando:

Temos de ter consciência e não apagar da memória que, em inúmeras situações, em vários governos e partidos têm existido pessoas cujas condutas e comportamento são censuráveis

Algumas destas personalidades, recordou, "até já cumpriram pena de prisão, outras são arguidas, outras têm graves suspeitas que ainda não foram esclarecidas". E estas pessoas, faz questão de sublinhar, são de "todos os partidos e, em particular, daqueles que têm desempenhado funções de governação".

Recorde-se que o antigo primeiro-ministro, José Sócrates, desfiliou-se do Partido Socialista.

O principal arguido da Operação Marquês escreveu uma carta à direção do PS dizendo ser hora de “pôr fim a este embaraço mútuo”.

Num artigo de opinião publicado hoje no Jornal de Notícias, José Sócrates diz estar a ser alvo de “uma espécie de condenação sem julgamento”, acusando o PS e os seus dirigentes de estarem a cometer uma “injustiça” para consigo, “juntando-se à direita política na tentativa de criminalizar uma governação”.

Esta situação, sublinhou, “ultrapassa os limites do que é aceitável”, razão pela qual decidiu desfiliar-se do partido do qual já foi secretário-geral.

A decisão do antigo chefe do executivo socialista surgiu depois de Carlos César e de João Galamba terem dito, publicamente, que os casos que envolvem José Sócrates e Manuel Pinho “envergonham” os socialistas. Ao final do dia de ontem, também António Costa disse que, a confirmarem-se os casos de corrupção em causa, os mesmos "serão uma desonra para a democracia". 

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