Subiu para 34 os casos confirmados de doença dos legionários no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, encontrando-se cinco doentes infetados em unidades de cuidados intensivos, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O novo boletim epidemiológico da DGS sobre este surto de 'legionella', datado das 12h00, indica que todos os infetados com a bactéria têm doenças já existentes.

O surto de Legionella foi detetado no passado dia 31 de outubro quando foi diagnosticado um caso. No dia 3 de novembro, seguiram-se mais nove casos, a que se somaram 14 no dia 4, quatro no dia 5 e dois esta segunda-feira, dia 6.

Crê-se que a origem mais provável deste surto, segundo a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, terá sido a água do Hospital de São Francisco Xavier, embora ainda estejam a ser feitas análises.

Entretanto, as autoridades identificaram nas redondezas do hospital, pelo menos sete equipamentos potencialmente produtores de aerossóis e onde poderá também ter começado o surto.

De acordo com o presidente dos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), a maior probabilidade é que o surto tenha origem nas instalações do hospital, mas por precaução a Administração Regional de Saúde (ARS) e o delegado de saúde fizeram o levantamento dos equipamentos potencialmente geradoras de aerossóis para fazer análises.

Graça Freitas já havia salientado que o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge está a realizar análises, que vão demorar tempo a produzir resultados para detetar a origem do surto, admitindo a responsável que poderá estar nas torres de refrigeração ou no sistema de águas do hospital. Contudo, o presidente dos Serviços de utilização Comum dos Hospitais (SUCH), Paulo Correia de Sousa, disse que as torres do hospital eram analisadas a cada 15 dias e que não havia registo de "nenhuma positividade (...) desde a última análise".

Esta segunda-feira, na sequência da doença, morreram duas pessoas infetadas com legionella: uma mulher de 70 anos que estava internada no Hospital de Santa Maria e um homem de 77 anos que estava internado numa unidade privada de saúde.

A situação preocupante já levou o Presidente da República a garantir que se iria "apurar o que se passou e porque é que isso ocorreu”. Para Marcelo Rebelo de Sousa o mais importante seria averiguar se "havia ou não capacidade de resposta do hospital”. Interrogação que se dissipou mais tarde: "Houve uma capacidade de resposta muito rápida, que agora tem conseguido controlar o número” de pessoas infetadas, tendo em conta o número de pessoas que passa por um hospital, garantiu.

A maior parte (68%) dos infetados neste surto têm idades iguais ou superiores a 70 anos: um infetado tinha entre 40 a 49 anos, dez entre 50 a 69 anos e 21 entre 70 a 89 anos. Dois doentes tinham 90 ou mais anos. A bactéria também atinge mais as mulheres (65%).

Enquanto fica por esclarecer a origem do foco de infeção, a Direção-geral da Saúde decidiu explicar hoje algumas das principais questões sobre a doença dos legionários, nomeadamente de que forma se contrai e como se pode reduz o risco de infeção.