Marcelo diz-se "muito preocupado" com panorama da leitura em Portugal
O Presidente da República manifestou-se hoje "muito preocupado" com o atual panorama da leitura em Portugal, referindo que a comunicação social de massas dá menos atenção ao tema e que se vendem menos livros.
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No seu entender, "o digital tem permitido experiências notáveis, mas há que convir que o reajustamento de políticas definidas para outro tempo e para outras circunstâncias é hoje uma realidade que é imperativa".
Marcelo Rebelo de Sousa falava durante um fórum sobre os 20 anos da Rede de Bibliotecas Escolares, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Apesar de "muito preocupado", o chefe de Estado voltou a definir-se como "um otimista" e afirmou que "aposta também na renovação constante do Plano Nacional de Leitura" e "apoia tudo o que o Governo for fazendo" nesta matéria, que classificou de "imperativo nacional".
"Eu não vos vou dizer que tenho a paixão da educação. Já outros o disseram, e bem", declarou, numa alusão ao antigo primeiro-ministro António Guterres, que na quinta-feira foi eleito secretário-geral das Nações Unidas.
Perante alguns risos na assistência, Marcelo Rebelo de Sousa prosseguiu: "E bem, porque de facto tinham a paixão da educação".
"E é bom, aliás, que quem o disse hoje possa colocar a sua paixão da educação ao serviço do mundo, porque é de facto o melhor da minha geração. Enche-nos de orgulho e é uma oportunidade para o mundo, assim o mundo e as Nações Unidas aproveitem", acrescentou, provocando uma salva de palmas para Guterres.
O Presidente da República retomou então o tema da sua intervenção, defendendo que "é de facto uma prioridade nacional, a educação, e dentro da educação a literacia é uma prioridade".
Marcelo Rebelo de Sousa começou por considerar que a Rede de Bibliotecas Escolares, assim como o Plano Nacional de Leitura, "foi essencial" para aumentar a literacia.
"Simplesmente, passaram 20 anos sobre a Rede de Bibliotecas Escolares, passaram dez anos sobre o Plano Nacional de Leitura, eu não vos escondo que estou preocupado com o panorama da leitura em Portugal hoje. Estou muito preocupado", acrescentou.
Segundo o chefe de Estado, "há obviamente uma crise editorial" em Portugal: "O que se produz hoje, edita hoje e, sobretudo, aquilo que se vende hoje de livros fica muito aquém do que acontecia ainda não há muitos anos. E a tendência tem sido genericamente preocupante".
Em segundo lugar, o Presidente da República referiu que "a comunicação social de massas, a começar na audiovisual, tem dado menor atenção nos últimos tempos quer ao Plano Nacional de Leitura quer à problemática da leitura em geral, quer ao acompanhamento da política do livro".
Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou que "há exceções", mas considerou que "o panorama global também é preocupante nesse particular, e não é compensado pelo digital".
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