"No setor privado reinou muito tempo uma lógica de impunidade"
Em entrevista concedida ontem, quarta-feira, à RTP, a ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz referiu-se pela primeira vez, de forma direta, ao caso BES. Neste âmbito, a ministra considerou que ?independentemente do poder das pessoas envolvidas?, face aos factos, o caso deverá acabar em tribunal, refere o Jornal de Negócios.
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A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, em entrevista ontem concedida à RTP, falou sobre o caso BES, referindo que, face aos factos que foram sendo conhecidos, será bastante provável que seja aberto um processo em tribunal. "Com certeza, perante aquilo que é público não vejo como não. Não só o BES”.
Aqui, falando sobre posições de poder dentro da sociedade portuguesa, Cruz foi perentória, afirmando que as leis são para ser aplicadas “independentemente do poder das pessoas envolvidas”. Já concretamente sobre Ricardo Salgado, a ministra diz acreditar que o antigo banqueiro continua a ter poder, até porque, questiona-se, “alguém que tem poder real só tem apenas quando está a ocupar o lugar? Não tem outras cumplicidades estando ou não no lugar? Muitas vezes o verdadeiro poder está em quem nós não conhecemos”, atirou.
Comentando, por fim, a problemática em torno da Portugal Telecom e do BES, mas também a ligação entre o setor empresarial e a esfera política, Paula Teixeira da Cruz considerou que existia um sentimento de impunidade neste domínio e relações de “promiscuidade” entre governantes e empresários.
“No sector privado reinou durante muito tempo uma lógica de impunidade, acima de tudo, sobretudo nas grandes empresas, no sector estatal reinou uma certa promiscuidade entre o público e o privado, o que vem do tempo das Descobertas, o encostar ao público era quase endémico e cultural", referiu.
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