Meteorologia

  • 18 MAIO 2024
Tempo
17º
MIN 13º MÁX 20º

Vítimas de tráfico humano pagaram 13 mil euros para chegar a Portugal

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) identificou e aplicou medida de apoio e proteção a seis estrangeiros que foram identificados como vítimas de tráfico de seres humanos, numa operação realizada no barlavento (oeste) algarvio, anunciou este serviço.

Vítimas de tráfico humano pagaram 13 mil euros para chegar a Portugal
Notícias ao Minuto

13:46 - 11/03/23 por Lusa

País SEF

A identificação destas pessoas como vítimas do crime de tráfico de seres humanos foi feita na sequência de uma ação de fiscalização realizada pelo SEF durante a semana na zona mais ocidental do distrito de Faro destinada a "confirmar a morada de alguns cidadãos estrangeiros" numa residência, indicou o SEF num comunicado.

"Apurou-se que os seis cidadãos foram aliciados no país de origem com a promessa de trabalho em Portugal na agricultura, com direito a alojamento e posterior legalização, mediante o pagando, por cada imigrante, de 13 mil euros a uma rede de imigração ilegal", justificou o SEF.

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras sublinhou que as informações recolhidas permitiram concluir que "esses cidadãos tiveram de recorrer a créditos e ajudas de familiares para reunirem o dinheiro necessário" para pagar aos elementos da rede ilegal que se encarregava da deslocação até Portugal.

Quando os inspetores do SEF iniciaram a fiscalização para confirmar a morada, "verificaram que 24 cidadãos estrangeiros, de origem indostânica, estavam alojados na mesma moradia" e foram alertados "para a situação de vulnerabilidade de um grupo de cinco cidadãos que ali partilhavam um quarto", contou o serviço de segurança.

A mesma fonte adiantou que os inspetores constataram que "cinco cidadãos se encontram em Portugal há quatro meses, sendo titulares de vistos de trabalho", e confirmaram "os indícios" de que estes homens estavam a ser "vítimas de tráfico de seres humanos".

O grupo de cinco imigrantes foi "encaminhados para Faro, onde técnicas da Associação para o Planeamento da Família (APF), pertencentes a uma Equipa Multidisciplinar Especializada, os entrevistaram e sinalizaram como vítimas", sendo-lhes "garantida ajuda e proteção", garantiu o SEF.

Posteriormente, e com base nos depoimentos, dados obtidos e diligências adicionais efetuadas, os inspetores conseguiram chegar à "localização, no dia de ontem [sexta-feira], de um sexto cidadão nas mesmas condições", que também foi "igualmente sinalizado como vítima" e apoiado com "a devida assistência humanitária".

Os investigadores argumentam que estes seis imigrantes, depois de chegarem a Portugal, foram "conduzidos para o Algarve e alojados no quarto da habitação identificada", mediante o "pagamento suplementar" de um valor de "140 euros mensais por um colchão".

O alegado trabalho "não se efetivou" e os imigrantes foram "aliciados a comprarem contratos de trabalho e a pagarem as suas próprias contribuições", assim como as "da entidade patronal à Segurança Social, para poderem reunir as condições formais para a legalização em Portugal", sustentou o SEF.

Ao não conseguirem responder às exigências que lhes eram feitas, "foram abandonadas à sua sorte, passando a viver da caridade dos restantes inquilinos da casa", acrescentou.

"Os cidadãos foram, entretanto, inquiridos como testemunhas e toda a informação foi relatada ao Ministério Publico e aberto inquérito pela prática do crime de tráfico de pessoas", referiu ainda o serviço de segurança.

Leia Também: Identificados indícios de tráfico de menores em voos da Guiné para Lisboa

Recomendados para si

;
Campo obrigatório