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"O apelo que faço é que não haja abstenção nas europeias"

O patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente revela, este domingo, em entrevista à rádio TSF, que “teme que a abstenção” nas eleições europeias abram caminho “a forças extremistas” que “neste momento na Europa são muito xenófobas, nada amiga dos estrangeiros, nada amiga de gente pobre”. Por isso deixa um apela a que “não haja abstenção”.

"O apelo que faço é que não haja abstenção nas europeias"
Notícias ao Minuto

13:03 - 20/04/14 por Notícias Ao Minuto

País D. Manuel Clemente

Sem simpatias especiais pela troika, D. Manuel Clemente diz hoje, em entrevista à rádio TSF, que gostaria que Portugal do programa de ajustamento através de um “consenso político alargado” que dê resposta a uma das suas preocupações: o agravamento das questões sociais no país.

“Uma sociedade democrática tem um governo, oposição, várias forças em presença, mas quando os problemas são tão estruturais como estes que atravessamos há tempo demais, percebemos que temos de ser todos”, afirma o patriarca de Lisboa, esclarecendo que um “consenso alargado” deverá envolver também “empresários, trabalhadores, sector público, privado, e tudo o que se passa na concertação social tem de ser implementado”.

Apesar disso, D. Manuel Clemente não acredita que tal seja alcançado antes das eleições europeias, agendadas para 25 de maio, e que, no seu entender, trará outra consequência: a previsível abstenção elevada.

“O campo deixado aberto pela abstenção geralmente é tomado por forças extremistas que, neste momento na Europa, são muito xenófobas, nada amiga dos estrangeiros, nada amiga de gente pobre, cuja pobreza foi muitas vezes responsabilidade europeia, e muito pouco capazes de ver além daquilo que é o ganho imediato de mais alguns votos e influência nos respetivos países”, alerta.

“Aquilo que se tem passado na Hungria, França, Áustria, deixa-me a maior das preocupações. O apelo que eu faço é que não haja abstenção”, afirma.

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