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Serviços mínimos durante greve não garantem recolha de lixo

O presidente da autarquia de Loures e porta-voz dos municípios que contestam a privatização da Valorsul avisou hoje que a adoção de serviços mínimos na greve da próxima semana não significa que a recolha de lixo seja feita.

Serviços mínimos durante greve não garantem recolha de lixo
Notícias ao Minuto

08:59 - 14/03/14 por Lusa

País Valorsul

"O [facto de os] serviços mínimos terem sido decretados não significa que seja automaticamente garantido que a incineradora esteja a funcionar", disse à Lusa Bernardino Soares. "Nós só podemos recolher e depositar se houver sítio onde depositar", adiantou.

O ministro do Ambiente anunciou na quinta-feira que o tribunal arbitral decidiu fixar serviços mínimos para greve dos trabalhadores da empresa de tratamento de lixo Valorsul, considerando que "algum problema na recolha de lixo" poderá resultar de "uma opção deliberada" dos municípios.

A greve, que terá início na segunda-feira e deverá durar quatro dias, visa contestar a intenção do Governo de privatizar a empresa e os cortes salariais.

Os responsáveis dos 19 municípios que são servidos pela Valorsul também contestam a decisão, considerando que isso poderá provocar um aumento das tarifas cobradas e lamentando que não lhes tenha sido dada a possibilidade de adquirirem as ações da empresa que vão ser alienadas.

Na quinta-feira, o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, afirmou que a fixação de serviços mínimos para o período de greve aponta "para a garantia de, em três dos quatros dias [de greve, entre segunda e quinta-feira], haver uma total capacidade de receção e tratamento de resíduos nos aterros e nas incineradoras".

Por isso, acrescentou, "se ocorrer algum problema na recolha de resíduos em baixa, isto é, nos municípios, isso resulta ou de não se cumprir os serviços mínimos ou de uma opção deliberada dos municípios".

O porta-voz das 19 autarquias afetadas contestou as declarações, defendendo que, mesmo com serviços mínimos, os efeitos da greve na capacidade de recolha e tratamento de lixo dependerá da adesão que a greve conseguir.

"Só poderemos recolher [o lixo] se houver onde o colocar e a incineradora estiver a funcionar", o que depende do número de trabalhadores a funcionar nos dias de greve, sublinhou Bernardino Soares, lembrando que "nas greves anteriores não tem funcionado a incineradora, mesmo com alguns serviços mínimos".

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