Fragata Corte-Real de volta após "encontros imediatos" com russos a norte
A fragata Corte-Real atracou hoje em território português, cinco meses e meio depois de tomar comando de uma missão da NATO, que incluiu "encontros imediatos", mas pacíficos, com russos e a navegação no inóspito círculo polar ártico.
© Global Imagens
País Defesa
O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, protagonizou a homenagem ao desempenho da Marinha portuguesa, numa cerimónia simbólica no terminal de cruzeiros de Lisboa, onde a embarcação de guerra portuguesa chegou acompanhada pelo navio canadiano da mesma classe "HMCS Toronto".
O responsável da tutela louvou a "grande competência e profissionalismo" da guarnição de 180 elementos da Armada lusa, destacando as "interações reais com marinhas de outros países, nomeadamente a russa".
"Muito orgulho, numa missão muito exigente, no ponto mais a norte da Europa, com pleno à-vontade, mesmo em mares remotos e pouco navegados, demonstrando grande interoperabilidade com as forças aliadas", elogiou o ministro, referindo a integração de um helicóptero alemão Lynx MK88A, e sua respetiva equipa, a bordo por três semanas, o que deixa a Marinha portuguesa "muito prestigiada e reconhecida pela NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte)".
O comodoro Vizinha Mirones e o seu Estado-Maior internacional lideraram as operações conjuntas no Atlântico Norte, Mar do Norte, Mar Báltico, Mar da Noruega e Mar de Barents, uma vez que a "Corte-Real" era o navio-almirante do Grupo Marítimo 1 de Prontidão da NATO (Standing NATO Maritime Group 1 - SNMG1), juntamente com outros cinco navios das armadas britânica, canadiana, francesa, dinamarquesa e belga.
"Esses encontros (com russos) enquadram-se na política geral da NATO de monitorização das atividades navais de todos os países que não são membros da Aliança Atlântica para que os centros de comando tenham uma visão clara e credível de todas as ações nas suas áreas de influência e interesse", descreveu o responsável máximo da força.
Segundo Vizinha Mirones tratam-se de "operações de rotina de observação das marinhas não aliadas" e "todas as interações decorreram sempre, de parte a parte, com grande profissionalismo, respeitando sempre o direito internacional marítimo e as regras de conduta no mar".
"Correu de forma excelente. Cumprimos todas as missões atribuídas, em circunstância de covid-19, o que obrigou a medidas de mitigação e restrição de movimentos, provando a resiliência dos marinheiros", congratulou-se, destacando ainda "operações também com parceiros não-membros da NATO, como é o caso da Finlândia".
O SNMG1 é uma das quatro forças navais permanentes da Aliança Atlântica, com o objetivo de defesa coletiva, em esforço contínuo de dissuasão e segurança.
Ao todo, foram 165 dias de missão e 2.350 horas de navegação em operações reais e exercícios internacionais, nomeadamente o "Joint Warrior 2020", o "ORCA 20" e o "FLOTEX 2020".
A "Corte-Real" é comandada pelo capitão-de-fragata António Coelho Gomes e conta com duas equipas do pelotão de abordagem do corpo de Fuzileiros, uma equipa de mergulhadores-sapadores e uma equipa médica.
Portugal vai passar o comando do SNMG1 ao navio canadiano "HMCS Halifax" em 18 de janeiro, na Base Naval de Lisboa.
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