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Trabalhadores de empresa saíram à rua para reclamar salários

Cerca de 30 trabalhadores de uma empresa de construção civil de Nelas saíram hoje à rua para exigir o pagamento de seis meses de salários em atraso e demonstrarem o "desrespeito" com que têm sido tratados.

Trabalhadores de empresa saíram à rua para reclamar salários
Notícias ao Minuto

12:43 - 14/10/13 por Lusa

País Nelas

"Queremos que nos paguem o que nos devem, pois já há muito que estamos a governar as nossas casas com dificuldades. Qualquer dia já não temos reservas e depois não sabemos como vai ser", lamentou José Lopes, trabalhador da Nelcivil há quase 15 anos.

Em declarações à agência Lusa, o operário revelou que tem por receber os subsídios de férias e Natal do ano passado, os salários de julho, agosto e setembro e ainda o subsídio de férias deste ano.

"Na reunião que tivemos em agosto, o patrão disse-nos que não podia pagar e que nem tinha soluções para nós. Não sabemos como é que esta empresa chega a este ponto, pois tínhamos muito trabalho", acrescentou.

Na mesma situação estão cerca de 30 trabalhadores, que ao início da manhã se juntaram junto ao largo da Câmara Municipal de Nelas.

A concentração, que visou denunciar e protestar contra a situação que as três dezenas de trabalhadores estão a passar, contou com o apoio da União dos Sindicatos de Viseu - CGTP-IN, que acabou por ser recebida pela presidente em exercício da Câmara de Nelas, Isaura Pedro.

João Serra, coordenador da União de Sindicatos de Viseu, avançou que a autarca demonstrou solidariedade para com a luta dos trabalhadores de uma empresa que "manifesta saúde financeira".

Na sua opinião, "esta é uma situação clara de má gestão da administração da empresa, que reflete uma total falta de respeito para com os seus trabalhadores".

"Têm salários em atraso e viram-lhes o acesso à empresa ser vedado. No entanto, ainda há 10 funcionários que continuam a laborar, não se sabe muito bem em quê", alegou.

Depois da passagem pela Câmara de Nelas, os cerca de 30 trabalhadores rumaram num protesto organizado até à entrada das instalações da Nelcivil, onde tentaram falar com a administração da empresa.

"Tentámos reunir com os responsáveis, mas ninguém nos atendeu. No entanto, não vamos baixar os braços", alegou João Serra.

O coordenador da União de Sindicatos de Viseu avançou que os trabalhadores decidiram agendar novo protesto para quinta-feira à tarde, desta feita na cidade de Viseu.

"A concentração está marcada para as 15:00 na entrada da Segurança Social, seguindo depois para o Centro de Emprego. Em ambas as instituições vamos tentar falar com os seus diretores", informou.

Paulo Reis, trabalhador da Nelcivil há quase 20 anos defendeu que vão continuar a lutar pelos seus direitos.

"Se trabalhámos temos de receber. Vamos continuar a lutar para que nos paguem o que nos é devido", sustentou.

O operário contou que a situação se foi agravando nos últimos tempos, em que os atrasos nos pagamentos passaram a ser mais frequentes e demorados.

"Se tínhamos trabalho, não sei como se avança até um ponto destes. Tenho duas filhas menores e casa para pagar e, se não fossem as reservas e o apoio da família, não sei o que seria da minha vida", concluiu.

A Lusa tentou falar com a gerência da Nelcivil, mas foi informada de que o responsável não se encontra disponível.

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