Esboço de "contrato de governo" em Itália previa saída do euro
Um projeto de "contrato de governo" entre a Liga (nacionalista) e o Movimento 5 Estrelas (populista), publicado hoje por um jornal, previa a saída do euro, a renegociação dos tratados e a anulação de parte da dívida italiana.
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Economia Media
A versão do acordo tem a data de segunda-feira, mas está "ultrapassada" e foi "amplamente modificada", asseguraram entretanto os dois partidos num comunicado conjunto.
Entre as várias medidas referidas no documento de 39 páginas, divulgado pelo Huffington Post, consta a introdução de medidas "técnicas de natureza económica e jurídica que permitam aos Estados membros sair da união monetária e recuperar a sua soberania monetária".
Outra medida referida é a possibilidade de pedir ao Banco Central Europeu (BCE), liderado pelo italiano Mario Draghi, a anulação de cerca de 250 mil milhões de euros da dívida italiana detidos pela instituição de Frankfurt.
"A anulação fará baixar cerca de 10 pontos a percentagem" da dívida pública, explica-se no texto, que evoca também "uma rediscussão dos tratados europeus".
Outra medida preconizada é a criação de uma "comissão de reconciliação" ligada aos partidos e paralela ao governo, encarregada de resolver eventuais divergências entre os dois partidos antissistema.
Assim que foi publicado, o projeto suscitou uma avalancha de comentários nos 'media' italianos, com jornalistas e especialistas a criticarem especialmente a "ingenuidade" do documento.
O M5S e a Liga reagiram assegurando, no citado comunicado conjunto, que a versão na qual estão atualmente a trabalhar não corresponde "à que foi publicada", que numerosos elementos foram "radicalmente alterados" e que os dois partidos "decidiram não pôr em discussão a moeda única".
Na terça-feira, horas antes da publicação do projeto de acordo, o líder do M5S, Luigi di Maio, afirmou que, se o seu partido chegar a acordo com a Liga de Matteo Salvini, o pacto "será uma bomba".
Segundo a imprensa, as conversações entre os dois partidos encaminhavam-se na segunda-feira para o fim, mas foram prolongadas porque Salvini impôs condições em matéria de imigração ou política europeia.
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