A missão de observadores da OSCE na Ucrânia registou cerca de 401.000 violações da trégua negociada entre as partes em conflito, e a utilização de armamento pesado em 4.065 ocasiões no decurso de combates que provocaram pelo menos 392 feridos entre a população civil.
Apesar de o Governo de Kiev e a liderança dos separatistas pró-russos terem assinado em fevereiro de 2015 os Acordos de Minsk sobre o fim das hostilidades, os confrontos têm prosseguido até à atualidade, assinala a OSCE.
A região do Donbass (leste do país), onde se situam as províncias separatistas de Donetsk e Lugansk, tornou-se numa das zonas com mais minas do mundo, implicando graves riscos para a população civil e para as infraestruturas das quais depende no quotidiano, prossegue a organização.
Na terça-feira, três crianças ficaram gravemente feridas na região do Donetsk, na sequência do rebentamento de uma mina, referiu hoje um responsável local.
O parlamento de Kiev aprovou em 18 de janeiro uma lei sobre os territórios "ocupados" no leste do país que admite o recurso à força militar naquela região controlada pelos separatistas locais pró-russos.
O texto, adotado por 280 votos a favor após intensos debates, designa as regiões leste como "temporariamente ocupadas" pelo "país agressor", a Rússia, e admite o uso da força militar para que regressem ao controlo da Ucrânia.
Segundo a ONU, e desde o início do conflito na primavera de 2014, na sequência da anexação pela Rússia da península da Crimeia, já foram mortas mais de 10.000 pessoas na região do Donbass.