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Se Saddam Hussein fosse vivo, o ISIS não teria "tido este êxito"

A afirmação é de John Nixon, o analista da CIA que interrogou o líder pela primeira vez.

Se Saddam Hussein fosse vivo, o ISIS não teria "tido este êxito"
Notícias ao Minuto

08:09 - 19/12/16 por Inês Esparteiro Araújo

Mundo John Nixon

Há 13 anos, o analista da CIA John Nixon foi o primeiro a interrogar Saddam Hussein depois de o líder iraquiano ter sido capturado. Agora, com o livro ‘Debriefing the President: The Interrogation of Saddam Hussein’ lançado, Nixon dá a conhecer pela primeira vez – após várias teorias – a invasão ao Iraque e a morte de Hussein. E, seguro, afirma que a morte do iraquiano não veio ajudar na batalha contra o grupo terrorista do Estado Islâmico.

“É improvável que um grupo como o ISIS conseguisse desfrutar do sucesso que está a ter sob o regime repressivo que todos tinham com o governo” de Saddam, escreve. “O Saddam sentia que os grupos extremistas no Iraque eram a maior ameaça para a sua segurança e trabalhava arduamente para combater esse mesmo tipo de ameaças”.

Apesar de não ter sido seu amigo, Nixon garante ter “um enorme respeito por Hussein”, principalmente pelo facto de ele “ter conseguido manter a nação iraquiana como um todo até ao último dia da sua morte”. Sobre o facto de os norte-americanos tentarem ter controlo no país, conta que Saddam foi imperativo a dizer “que os Estados Unidos vão falhar”, principalmente “porque não conhecem a língua, a história e o pensamento arábico”.

Sobre o ISIS, Nixon explica ainda no livro que não menospreza os avanços que já foram feitos no combate ao terrorismo, mas afirma “que os Estados Unidos ainda estão muito longe de alcançar o objetivo final”. Cabe sim a Donald Trump criar uma nova ordem no Médio Oriente.

“Isto vai implicar tomar decisões difíceis e, em última instância, reconhecer que talvez tenhamos de lidar com pessoas e líderes de que nós não gostamos. Isto se quisermos voltar a ter estabilidade e a limitar a ação do terrorismo”, vinca.

Nestas longas páginas onde descreve tudo ao pormenor - inclusive a postura confiante de Saddam -, conta também que o Hussein negou qualquer tipo de envolvimento no 11 de Setembro e que acreditava mesmo que esse ataque iria aproximar a América do Iraque.

"Saddam foi rápido a negar qualquer tipo de envolvimento no 11 de Setembro. 'Vejam quem está envolvido', respondeu-me. 'De que países é que eles vieram? Arábia Saudia. E este líder, Muhammad Atta, era um iraquiano? Não, era egípcio. Porque é que pensam que eu estive envolvido?'", chegou a questionar Hussein.

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