Relações entre Moçambique e Itália precisam de reforço
O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, disse hoje em Roma, após encontros com o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, e com o seu homólogo, Giorgio Napolitano, que as relações entre os dois países são boas mas precisam ser reforçadas.
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Mundo Guebuza
"Nestes encontros, foi reafirmado que as relações de amizade e cooperação são boas, mas também se notou que ainda temos de continuar a trabalhar para o seu reforço", disse o chefe de Estado moçambicano, que iniciou na terça-feira uma visita de cinco dias a Itália e ao Vaticano.
Guebuza falava num encontro com a comunidade moçambicana em Itália, após as audiências oficiais, que não foram seguidas de declarações à imprensa.
Além das reuniões com Renzi e com Napolitano, o Presidente de Moçambique avistou-se hoje com Claudio Descalzi, diretor-executivo da petrolífera italiana ENI, que lidera um dos dois blocos de exploração de gás natural na bacia de Rovuma, no norte do país, e que tem uma participação de 10% da Galp.
"Durante a reunião, o diretor-executivo atualizou o Presidente e sua delegação [que incluía os ministros dos Recursos Naturais e dos Negócios Estrangeiros] sobre os progressos em curso em Moçambique na Área 4, onde foram já encontrados cerca de 85 biliões de pés cúbicos de gás", informou hoje um comunicado da empresa.
O encontro decorreu no mesmo dia em que Maputo acolheu uma conferência sobre gás natural, com a presença dos principais operadores, entre as quais a ENI, cujo diretor-geral para a região da África oriental, Fabrizio Trilli, anunciou o início da exploração para 2019, um ano mais tarde do que as previsões do Governo moçambicano.
A empresa italiana não tomou ainda uma decisão sobre o local onde fará o processamento do gás, numa plataforma flutuante 'offshore' ou em terra, como é desejo do Governo moçambicano, mas deixou claro hoje em Maputo que as suas previsões de início de exploração têm em conta a primeira opção.
A visita de Guebuza a Itália surge na sequência de um convite de Renzi a 19 de julho, quando se tornou no primeiro chefe de Governo italiano a visitar Moçambique, apesar das relações históricas entre os dois países, que remontam à luta contra o colonialismo português.
Na ocasião, Armando Guebuza manifestou o desejo de que as históricas ligações políticas e diplomáticas com Itália se convertam em mais investimentos em Moçambique.
A "excelência das relações bilaterais" deve servir de impulso às relações económicas, segundo Guebuza, enaltecendo o fortalecimento gradual de Itália neste campo, tornando-a num "parceiro privilegiado" nos setores de hidrocarbonetos, em particular o gás, energia, infraestruturas e interesse declarado na agroindústria.
"Contudo, há que reconhecer que mais deverá ser feito para que o lugar que Itália ocupa na grelha dos maiores investidores neste país seja consentâneo com a qualidade das relações entre os nossos dois países", declarou o Presidente moçambicano.
Itália é o nono maior investidor externo em Moçambique.
A visita a Itália do Presidente de Moçambique é interrompida na quinta-feira com uma deslocação ao Vaticano, onde será recebido pelo papa Francisco e pelo secretário de Estado da Santa Sé, Pietro Perolin.
Na agenda de Guebuza estão ainda previstos encontros com o diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Graziano da Silva, e com o presidente da autarquia de Reggio Emilia, Luca Vecchi
Esta é a segunda visita a Itália de Armando Guebuza, que se encontra no fim do seu segundo e último mandato como Presidente da República.
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