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EUA instam Haiti a acelerar transição para nova "estrutura de governação"

Os Estados Unidos instaram hoje o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, a "acelerar a transição" para uma nova "estrutura de governação" e a organizar "eleições livres e justas" no país em crise política, devastado pela violência de gangues armados.

EUA instam Haiti a acelerar transição para nova "estrutura de governação"
Notícias ao Minuto

06:41 - 07/03/24 por Lusa

Mundo EUA

"Instamo-lo a acelerar a transição para uma estrutura de governação fortalecida e inclusiva" que permitirá ao Haiti preparar-se urgentemente para o envio de uma missão multinacional "para responder à situação de segurança" e "abrir caminho para eleições livres e justas", sublinhou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em declarações aos jornalistas.

Washington espera que o primeiro-ministro faça "concessões no interesse do povo haitiano" sem incentivá-lo a renunciar ao cargo, sublinhou.

A embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, apontou para a "criação de um órgão presidencial de transição", considerando urgente que Ariel Henry siga "nessa direção".

Ausente durante vários dias do Haiti depois de uma viagem ao Quénia e não ter podido regressar a Porto Príncipe, Ariel Henry desembarcou na terça-feira em Porto Rico, segundo o porta-voz do governador deste território das Caraíbas.

Em resposta à violência, o governo declarou estado de emergência e um recolher obrigatório noturno de três dias, renovável até quarta-feira inclusive, enquanto Ariel Henry estava em Nairobi para tentar colocar no caminho certo a futura força multinacional destinada a ajudar a sobrecarregada polícia haitiana.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou esta semana a "ações urgentes", em particular para financiar esta missão multinacional que deve "evitar que o país mergulhe ainda mais no caos".

Um apelo que foi repetido hoje pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos: "A realidade é tal que, no contexto atual, não há alternativa para proteger a vida das pessoas", alertou Volker Türk, descrevendo a situação como "mais do que insustentável".

O Conselho de Segurança da ONU vai realizar hoje uma reunião de emergência sobre a escalada de violência no Haiti.

Após meses de procrastinação, o Conselho de Segurança da ONU deu finalmente o seu acordo em outubro para o envio ao Haiti de uma missão multinacional liderada pelo Quénia que pretende enviar 1.000 agentes policiais. Mas a sua implantação ainda está pendente, em particular devido a uma decisão dos tribunais quenianos.

Para acelerar a implementação, Nairobi e Porto Príncipe assinaram um acordo bilateral na sexta-feira, mas nenhuma data foi divulgada para a chegada da missão.

Este ano já morreram 1.193 pessoas em resultado da violência dos gangues, crise que se agravou nos últimos dias.

Na terça-feira, o líder de um gangue garantiu que haverá uma "guerra civil sangrenta" se o primeiro-ministro, Ariel Henry, não se demitir.

Os grupos criminosos, que controlam a maior parte da capital, Port-au-Prince, bem como as estradas que a ela conduzem, atacam há vários dias locais estratégicos do país mais pobre das Caraíbas: a academia de polícia, o aeroporto e várias prisões, de onde conseguiram fugir milhares de reclusos.

Devido à violência, à crise política e aos anos de seca, 5,5 milhões de haitianos, quase metade da população, necessitam de assistência humanitária. Mas o apelo da ONU para doações, num montante de 674 milhões de dólares para 2024, é financiado apenas em 2,5%.

A escalada de violência dos últimos dias forçou 15 mil pessoas a fugir das suas casas em Porto Príncipe, segundo a ONU, que começou a distribuir-lhes alimentos e bens de primeira necessidade.

Leia Também: Violência continua no Haiti. Paradeiro de primeiro-ministro desconhecido

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