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Ucranianos trocam Polónia pela Alemanha em busca de melhores salário

A Alemanha tem vindo a receber mais refugiados ucranianos do que a Polónia desde o final de 2022, com a maioria deles a deslocar-se para o Ocidente na procura de melhores oportunidades de emprego, indicou hoje um estudo.

Ucranianos trocam Polónia pela Alemanha em busca de melhores salário
Notícias ao Minuto

14:41 - 14/09/23 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

Em agosto do ano passado, mais de 1,3 milhões de refugiados ucranianos receberam proteção temporária na Polónia e apenas 680 mil na Alemanha, segundo os dados do novo relatório conjunto da Plataforma de Migração EWL e do Centro de Estudos da Europa de Leste (SEW) da Universidade de Varsóvia, hoje divulgados pelo 'site' Euroactiv.

Atualmente, as posições inverteram-se e existem cerca de 1,1 milhões de refugiados com proteção temporária na Alemanha e 974 mil na Polónia, de acordo com o mesmo relatório.

"A Polónia perdeu o seu papel de país de primeira escolha [para os refugiados ucranianos] e foi substituída pela Alemanha", afirmou o diretor de relações públicas da EWL, Anatoliy Zymnin, durante a apresentação do relatório, citado pelo Euroactiv, uma plataforma jornalística especializada em assuntos europeus.

"É uma questão de liberdade de escolha. Algumas pessoas ficam, outras vão para mais longe", acrescentou Jan Malicki, diretor do SEW.

Segundo o inquérito, as principais motivações para os refugiados ucranianos se mudarem para a Alemanha incluem a família ou os amigos, benefícios sociais mais elevados e mais abrangentes, melhores condições de vida e oportunidades de emprego.

Os ucranianos referiram também melhores cuidados de saúde, educação e proteção das crianças, a falta de conhecimentos de polaco e o facto de a Alemanha ser considerada um país mais seguro, uma vez que a Polónia está demasiado próxima da Ucrânia, devastada pela guerra.

A Alemanha é um país mais atrativo em termos salariais, com oportunidades salariais quatro vezes superiores do que na Polónia, afirmou, por sua vez, Michalina Sielewicz, diretora de Desenvolvimento Internacional do EWL, sobre os resultados do estudo.

Sielewicz explicou que a Alemanha costumava ser um país onde era bastante difícil para os trabalhadores estrangeiros viverem.

A mesma especialista acrescentou que só nos últimos anos é que a Alemanha abriu o seu mercado de trabalho e agora as barreiras à entrada são muito mais baixas, o que beneficia os trabalhadores ucranianos.

Mais de metade dos 400 refugiados ucranianos que responderam ao inquérito que integra o relatório, e que se mudaram da Polónia para a Alemanha nos últimos meses, disse que está a integrar-se na sociedade alemã através de cursos de línguas, que são obrigatórios no mercado de trabalho.

Os autores do estudo consideram que o facto de a Polónia não ter conseguido motivar os trabalhadores ucranianos a aprender polaco foi uma oportunidade perdida.

Enquanto na Polónia, cerca de 68% dos trabalhadores afirmou utilizar principalmente o ucraniano no trabalho, os autores do estudo confirmaram que conhecer ou aprender a língua alemã é uma condição prévia para os futuros empregos.

Anatoliy Zymnin salientou ainda uma ligeira mudança na atitude dos polacos em relação aos refugiados ucranianos, que também se refletiu no estudo.

Embora muitos refugiados tenham afirmado que a atitude positiva dos polacos em relação aos ucranianos era uma forte motivação para se manterem na Polónia, 16% dos inquiridos afirmou agora sentir-se mais bem acolhido na Alemanha, afirmou o diretor de relações públicas da EWL.

Leia Também: Empresas ucranianas continuam a exportar e a "dar o seu melhor"

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