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Mali promete "provas" das violações por parte das forças francesas

As autoridades de transição do Mali afirmam que apresentarão "provas" do alegado papel da França no apoio a grupos terroristas que operam no país africano, alegações rejeitadas por Paris em agosto, de acordo com a imprensa local.

Mali promete "provas" das violações por parte das forças francesas
Notícias ao Minuto

12:33 - 12/09/22 por Lusa

Mundo Mali

"Apresentámos uma queixa com provas do apoio. Todos os casos de violação foram bem documentados", afirmou o atual primeiro-ministro do Governo de transição, coronel Abdoulaye Maiga, acrescentando que "outras provas serão apresentadas (...) depois da sessão especial do Conselho de Segurança das Nações Unidas", de acordo com o jornal maliano "Le Pays", citado pela agência Europa Press.

"Estas coisas não são aceitáveis, se quisermos assegurar a sustentabilidade do mecanismo de segurança coletiva. É muito importante que nos deem a oportunidade de apresentar as provas que incriminam a França", acrescentou Maiga.

O militar maliano criticou a França pelo seu papel na crise no país africano, antes de salientar que o Mali "sempre disse distinguiu entre as autoridades e o povo francês, a quem respeita enormemente".

"As autoridades [francesas] são culpadas de muitas coisas, principalmente de violações intempestivas do espaço aéreo maliano. Não acredito que haja uma única aeronave que tenha violado o espaço aéreo francês", ironizou.

Maiga acusou ainda a França de "abandonar as autoridades malianas em pleno voo" ao "pôr fim à cooperação na área da defesa", deixando Bamako "sem plano", e a braços com a deterioração da segurança causada pelo aumento dos ataques dos grupos extremistas islâmicos nos últimos anos.

O Mali acusou em agosto as tropas francesas destacadas no país de colaborarem com grupos terroristas, ao que Paris apelou a Bamako para parar a "manipulação de informação" sobre a presença francesa no país africano, concluída há dias, com a saída das forças francesas alocadas à Operação Barkhane.

Os governos de França e de outros países europeus que participam e colaboram com a Operação Barkhane e a Força Takuba, assim como o Canadá, anunciaram em fevereiro a retirada das suas forças do Mali, onde estavam destacadas para ajudar Bamako na luta contra o extremismo islâmico armado, em resultado ao aumento das tensões com a junta militar que tomou o poder no país em agosto de 2020.

As relações entre a junta militar no poder em Bamako e Paris deterioraram-se ao longo deste ano, particularmente desde a chegada ao Mali dos mercenários russos do grupo Wagner, que colocou um ponto final a nove anos de presença francesa militar ininterrupta no Mali onde combatia os grupos extremistas islâmicos.

Após meses de animosidade, as autoridades malianas controladas pelos militares que chegaram ao poder pela força em agosto de 2020 anunciaram em maio deste ano que consideravam nulo e sem efeito o tratado de cooperação no domínio da defesa assinado de 2014 com a França, bem como os acordos de 2013 e 2020, que estabeleciam o quadro da presença da Operação Barkhane e o reagrupamento de forças especiais europeias Takuba, iniciado pela França e no qual Portugal chegou a participar com cerca de duas dezenas de militares.

As relações entre o Mali e as Nações Unidas, cujas forças de manutenção da paz [MINUSMA)se encontram no país desde 2013, também se deterioraram nos últimos meses, ainda que no início de setembro os soldados alemães destacados na MINUSMA tivessem retomado as suas atividades, suspensas havia quase um mês na sequência de uma nova recusa de sobrevoar o país pelas autoridades da junta militar no poder no Mali.

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