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Polícia encerra parque emblemático antes do aniversário de Tiananmen

A polícia de Hong Kong encerrou esta sexta-feira, na véspera do 33.º aniversário da repressão chinesa de Tiananmen, grande parte do Victoria Park, onde até 2019 se realizou uma vigília à luz das velas.

Polícia encerra parque emblemático antes do aniversário de Tiananmen
Notícias ao Minuto

21:00 - 03/06/22 por Lusa

Mundo Hong Kong

Esta sexta-feira à noite era visível uma forte presença policial naquele local, noticiou a agência France-Press (AFP).

As autoridades da ex-colónia britânica já tinha alertado que a maioria dos espaços do local icónico, como os campos de futebol utilizados para a vigília à luz das velas nos anos anteriores, estariam interditos entre sexta-feira à noite e as primeiras horas de domingo.

O objetivo é "evitar qualquer reunião proibida que possa prejudicar a segurança e a ordem públicas e correr o risco de espalhar o vírus SARS-CoV-2", acrescentaram.

No movimentado distrito comercial de Causeway Bay, um artista que tinha esculpido uma batata no formato de uma vela e na posse de um isqueiro, foi levado para uma viatura policial, presenciou um repórter da AFP.

Chan Mei-tung foi um dos três artistas que realizaram performances de rua esta sexta-feira à noite, perto de um dos cruzamentos mais movimentados de Hong Kong, numa referência de maneira indireta aos eventos em 1989 na Praça Tiananmen de Pequim.

Outro convidou os cidadãos para um "desafio matemático", cuja solução era o número 8.964, numa referência à data de 04 de junho de 1989.

Já Sanmu Chan apresentou uma peça abstrata, que destacava uma cena com uma vela congelada num pequeno bloco de gelo.

Todos foram vigiados de perto pela polícia, que deixou alertas à população para o risco de violar a lei do distanciamento social, aprovada devido à pandemia de covid-19.

As autoridades detiveram um agente de segurança, de 59 anos, suspeito de realizar ameaças nas redes sociais de matar polícias durante os eventos memoriais.

Na quinta-feira, a polícia tentou dissuadir a população de participar em comícios e, desta forma, violar a lei de segurança nacional de 2020, imposta por Pequim a Hong Kong, para reprimir qualquer indício de ação em favor da democracia.

Tal como acontece com Macau desde 1999, para Hong Kong foi acordado a partir de 1997 um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas".

Hong Kong era o único território chinês onde eram toleradas comemorações e homenagens às vítimas de 04 de junho de 1989, quando o governo chinês enviou soldados e tanques para reprimir brutalmente as pessoas que se manifestavam pacificamente pela democracia.

Na China continental, o assunto permanece tabu, seja nos 'media' ou nos livros.

Em Hong Kong, a vigília anual já tinha sido proibida em 2020 e 2021, em nome das medidas sanitárias contra o coronavírus.

A Aliança de Hong Kong, organizadora da vigília do Victoria Park, está agora dissolvida e os seus líderes enfrentam processos por "incitação à subversão".

O ex-líder da Aliança, Lee Cheuk-yan, que está detido, anunciou numa carta que planeava cumprir jejum no sábado e que acenderia um fósforo e cantaria canções memoriais na sua cela.

Em Macau, o ex-deputado da oposição Au Kam-san sublinhou que os democratas não realizarão uma vigília dedicada a Tiananmen este ano devido à "deterioração do ambiente político" na ex-colónia portuguesa, acrescentando que uma exposição histórica também será cancelada.

Au Kam-san adiantou, no entanto, que irá acender uma vela em 4 de junho.

Leia Também: Pequim aumentou perseguição contra quem celebra aniversário de Tiananmen

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