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Kyiv denuncia na ONU "lista interminável" de abusos cometidos pela Rússia

A Ucrânia e os seus aliados denunciaram hoje à ONU uma "lista interminável" de abusos cometidos pela Rússia desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, durante uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos.

Kyiv denuncia na ONU "lista interminável" de abusos cometidos pela Rússia
Notícias ao Minuto

13:07 - 12/05/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

No final da reunião, solicitada por Kiev, os 47 Estados-membros do Conselho irão votar um projeto de resolução a pedir uma "investigação pela comissão internacional da ONU para a Ucrânia sobre graves violações de direitos humanos" realizadas pelas tropas de ocupação russas nas regiões de Kiev, Cherniguiv, Kharkiv e Sumy entre final de fevereiro e março de 2022.

A investigação visa "responsabilizar os responsáveis", refere a resolução apresentada.

"Milhares de pessoas no meu país perderam a vida. Os bombardeamentos e tiros russos fazem parte da nossa vida diária", afirmou a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Emin Dzhaparova, na abertura do debate, num discurso divulgado em vídeo.

Entre atos de "tortura e desaparecimentos forçados, violência sexual e de género, a lista de crimes russos é interminável", denunciou Dzhaparova, enquanto mostrava uma fotografia de um menino violado à frente da mãe a desenhar um turbilhão de linhas pretas.

Durante o debate, muitos diplomatas aliados de Kiev expressaram o seu horror e indignação pelo sofrimento dos ucranianos.

"A agressão russa é acompanhada, todos os dias, por descobertas cada vez mais macabras e insuportáveis", disse o embaixador francês nas Nações Unidas, Jérôme Bonnafont, enquanto o seu homólogo britânico denunciou a "campanha brutal" liderada por Moscovo.

A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que já acusou os militares russos de ações na Ucrânia "possivelmente equivalentes a crimes de guerra", avisou que a organização que lidera continua a verificar as alegações de abusos.

"Estou chocada com a escala da destruição e as inúmeras violações do direito internacional, dos direitos humanos e do direito internacional humanitário que foram cometidas na cidade, incluindo ataques contra civis e bens civis", afirmou no seu discurso perante os membros do Conselho, acrescentando que atualmente tem informações sobre 300 casos.

O projeto de resolução que será votado no final do debate também pede que seja feito um balanço - durante a 50ª. sessão do Conselho da ONU para os Direitos Humanos, que decorre de 13 de junho a 8 de julho - da situação humanitária e de direitos humanos em Mariupol, agora quase inteiramente sob controlo das forças russas.

Esta é a primeira reunião dedicada à deterioração da situação dos direitos humanos na Ucrânia desde que a Assembleia Geral da ONU suspendeu Moscovo, no início de abril.

A Rússia antecipou-se a essa suspensão e renunciou ao seu estatuto de membro do Conselho de Direitos Humanos, mas podia ter participado nos trabalhos como observadora.

Como país sob acusação, a Rússia pode ainda fazer uso do seu direito de resposta.

No final de uma primeira reunião dedicada à guerra, realizada a 4 de março, Kiev conseguiu que o Conselho de Direitos Humanos adotasse, por maioria esmagadora, uma resolução para a criação urgente de uma comissão internacional independente de inquérito.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: ONU fala em "execuções sumárias" e "em grande escala" na Ucrânia

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