Washington visita Ilhas Salomão para travar pacto de segurança com Pequim
Os Estados Unidos manifestaram esta segunda-feira preocupação com um pacto de segurança entre a China e as Ilhas Salomão, país que vai receber uma delegação diplomática norte-americana de alto nível para conter as ambições de Pequim.
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Mundo Pacto de Segurança
Kurt Campbell, membro do Conselho de Segurança Nacional, onde tem a pasta do Indo-Pacífico, e Daniel Kritenbrink secretário de Estado adjunto para o Pacífico e Ásia Oriental, vão liderar a delegação, revelou esta segunda-feira a presidência norte-americana.
Além das Ilhas Salomão, os diplomatas dos EUA vão visitar Fiji, Papua Nova Guiné e o Estado norte-americano do Havai, para "aprofundar laços duradouros com a região e promover uma região do Indo-Pacífico livre, aberta e resiliente", salientou a Casa Branca.
Mas está a ser dada atenção especial à paragem nas Ilhas Salomão, pois os Estados Unidos e a Austrália, aliado próximo de Washington, estão preocupados com um projeto de acordo de segurança entre o pequeno país no Pacífico e a China.
Uma versão preliminar deste acordo, divulgada no mês passado, menciona a autorização de destacamentos chineses de segurança e navais para as Ilhas Salomão, o que causou preocupação na Austrália, nos Estados Unidos e noutras nações do Pacífico.
O projeto de acordo prevê, nomeadamente, que elementos da polícia chinesa armada possam ser destacados a pedido das Ilhas Salomão para assegurar a manutenção da "ordem social".
As "forças chinesas" também seriam autorizadas a proteger "a segurança do pessoal chinês" e "os seus grandes projetos" do arquipélago.
No início de abril, o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, garantiu que não permitiria a construção de uma base militar chinesa no seu país, mas isso não foi suficiente para aliviar os receios da Austrália e dos seus aliados.
"Apesar das declarações do Governo das Ilhas Salomão, a natureza do acordo de segurança geralmente deixa a porta aberta para o envio de forças militares chinesas para as Ilhas Salomão", sublinhou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price.
"Acreditamos que assinar um acordo desse tipo arriscaria aumentar a desestabilização nas Ilhas Salomão e estabelecer um precedente preocupante para a região das ilhas do Pacífico como um todo", alertou.
Ned Price salientou que o arquipélago já está protegido por um tratado de segurança com a Austrália.
Também um alto funcionário australiano deslocou-se na semana passada aquele arquipélago para pedir a Manasseh Sogavare que não assine o acordo com Pequim.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, já tinha viajado para a região em fevereiro, para destacar o compromisso de Washington em desenvolver uma estratégia de longo prazo para conter as crescentes ambições chinesas.
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