Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 12º MÁX 17º

Congresso da ADI para reeleger Patrice Trovoada na liderança da oposição

O ex-primeiro-ministro são-tomense Patrice Trovoada desse ser reeleito hoje no cargo de presidente da Ação Democrática Independente (ADI), no nono congresso do partido, com cerca de 900 delegados, e quer "sinal claro" das populações para formar um governo reformista.

Congresso da ADI para reeleger Patrice Trovoada na liderança da oposição
Notícias ao Minuto

06:14 - 09/04/22 por Lusa

Mundo São Tomé

O nono congresso eletivo da ADI (oposição) terá lugar no Palácio dos Congressos, prevendo-se, além do ato eleitoral, a aprovação dos novos estatutos do partido e mensagens das estruturas distritais, regional e da ala feminina e juvenil da formação política.

"Este congresso não é para ir à procura de um novo líder, mas sim para legalizar o líder do ADI que ganhou nas últimas eleições [em 2020] e em todas as eleições. Neste contexto, não há razões para se especular que devia haver mais ou menos candidatos", comentou o analista político e presidente da Universidade Lusíada de São Tomé, Liberato Moniz.

Em 2020, Patrice Trovoada foi reeleito líder da ADI, mas o Tribunal Constitucional (TC) não reconheceu a eleição, tendo considerado que houve "manifesta irregularidade estatutária" no congresso, uma vez que "a eleição foi por uma súbita erupção de braço no ar e uma massiva aclamação", contrariando os estatutos do partido registados no TC, que "consagra a modalidade de escrutínio secreto para eleições dos órgãos".

Na sexta-feira, a porta-voz da comissão organizadora do congresso, Alda Ramos, disse à Lusa que "a candidatura estava aberta para todos, mas as pessoas depositam toda essa confiança ao doutor Patrice Emery Trovoada, tendo em conta que é o líder que já deu prova durante a sua governação [..], que foi de agrado da maioria desta população".

Segundo a mesma fonte, Patrice Trovoada, ausente do país desde 2018, não estará no congresso, mas "deverá estar [no país] ainda este ano, tendo em conta que ele é o candidato a primeiro-ministro".

"Isso traduz uma certa perseguição que há em São Tomé e Príncipe que, mesmo não sendo verdadeiro, com essas ações nós temos conjunturalmente que pensar que é verdadeiro [..] os políticos, a justiça, tem que funcionar para normalizar de uma vez por toda esse país, porque isso parece uma pandemia que prejudica grotescamente a nossa democracia", considerou Liberato Moniz.

A porta-voz da comissão organizadora do congresso da ADI referiu que "até agora não há opinião contrária" entre os militantes da ADI quanto à ausência de Patrice Trovada em São Tomé e Príncipe desde que deixou de ser primeiro-ministro.

"Todos os militantes acolhem muito bem esta candidatura [...] não temos outra hipótese, é um líder que já deu prova, não é só no seio da ADI que tem esse entendimento. Ao nível da população em geral, 95% da população quer o doutor Patrice Trovoada na governação, inclusive os nossos adversários têm a plena consciência" disso, acrescentou Alda Ramos.

Em mensagens transmitidas através das redes sociais do partido, atualmente na oposição, o antigo primeiro-ministro são-tomense (2008, 2010-2012 e 2014-2018) tem reclamado uma "maioria absoluta reforçada" nas próximas legislativas, com um mínimo de 33 dos 55 deputados na Assembleia Nacional que conquistou em 2014.

"Eu só aceito um cargo [de primeiro-ministro] se tiver os meios para minimamente realizar o trabalho. Preciso de um sinal claro também das populações porque estamos a falar de termos um governo reformista e um governo reformista precisa de facto de uma base de sustentação larga", sublinhou, em entrevista à agência Lusa em Lisboa.

O atual presidente da ADI acredita que é possível alcançar os 33 eleitos.

"O descontentamento, a indignação, a revolta social em 2014 não atingiam os níveis que temos hoje. É preciso apresentar também uma proposta que seja até melhor e mais convincente que aquela que nós apresentámos em 2014 porque estivemos quatro anos no poder e também sofremos desgaste, prova disso é que nós não conseguimos atingir a maioria absoluta em 2018", comentou.

A ADI venceu as eleições legislativas de 2018 com maioria simples de 25 dos 55 assentos parlamentares, mas não conseguiu formar Governo, dando lugar à "nova maioria" formada pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), com 23 deputados, e a coligação PCD-MDFM-UDD, com cinco deputados.

As eleições legislativas, autárquicas, e regional na ilha do Príncipe foram marcadas pelo Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, para 25 de setembro.

Leia Também: Jornalistas de São Tomé suspendem greve após assinatura de memorando

Recomendados para si

;
Campo obrigatório