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Mali considera "ilegítimas e ilegais" novas sanções impostas pela CEDEAO

O governo de transição do Mali considerou hoje "ilegítimas e ilegais" as novas sanções impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para obrigar as autoridades do país a respeitar o calendário eleitoral.

Mali considera "ilegítimas e ilegais" novas sanções impostas pela CEDEAO
Notícias ao Minuto

10:43 - 10/01/22 por Lusa

Mundo Mali

"Estas medidas (punitivas) estão em contraste com os esforços feitos pelo executivo e a sua disponibilidade para dialogar, com vista a alcançar um compromisso com a CEDEAO sobre o calendário das eleições no Mali", afirmou ainda o governo maliano numa declaração.

A CEDEAO decidiu este domingo, numa cimeira extraordinária em Acra, congelar as contas dos membros da junta militar do Mali nos bancos regionais, a retirada dos embaixadores dos países-membros da organização acreditados em Bamako e a suspensão de todas as transações comerciais com o Mali, com exceção de algumas mercadorias.

Para o governo do Mali, estas sanções, que constituem uma "violação" dos textos comunitários, foram decididas "curiosamente numa altura em que as forças armadas malianas estão a alcançar resultados espetaculares na luta contra o terrorismo".

A declaração de Bamako acrescenta que, em aplicação do princípio da reciprocidade, o governo do Mali decide retirar os seus embaixadores acreditados nos 14 Estados membros da CEDEAO e fechar as suas fronteiras terrestres e aéreas com esses países.

O Mali reserva-se ainda o direito de rever a sua participação no bloco regional.

O governo do Mali também enviou igualmente uma mensagem de tranquilização à população maliana, garantindo que foram tomadas medidas apropriadas para assegurar o abastecimento normal dos mercados do país com bens de primeira necessidade.

As novas sanções da CEDEAO são uma resposta à intenção do governo do Mali de prolongar o período de transição por seis meses a cinco anos, o que significa adiar a data das eleições acordadas entre o poder em Bamako e a organização regional africana para o próximo mês de fevereiro, consideradas um marco na recuperação da legitimidade constitucional após os dois golpes militares em agosto de 2020 e maio de 2021.

A CEDEAO já tinha imposto outras sanções financeiras e restrições às deslocações dos membros da junta militar do Mali e suas famílias, e em dezembro apelou à comunidade internacional para que apoiasse estas medidas.

O Mali enfrenta uma crise de segurança desde 2012 em resultado da emergência de vários grupos jihadistas afiliados à al Qaeda ou ao Estado Islâmico, que aproveitaram as debilidades do Estado maliano para se instalarem no terreno, alargando a área da presença em toda a região do Sahel.

Sucessivos episódios de violência obrigaram mais de 400.000 pessoas a fugir das suas casas e cerca de 5,9 milhões de malianos necessitam atualmente de ajuda humanitária, de acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).

Leia Também: Líderes políticos somalis chegam a acordo para concluir eleições

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