Líderes políticos somalis chegam a acordo para concluir eleições
Os líderes políticos da Somália concordaram hoje em concluir as eleições legislativas até 25 de fevereiro, pondo fim a repetidos atrasos que ameaçam a estabilidade daquele país do Corno de África.
© Reuters
Política Somália
"A eleição da Câmara dos Comuns [a câmara baixa do parlamento] será completada entre 15 de janeiro e 25 de fevereiro", declarou hoje o Governo.
O acordo foi conseguido ao cabo de vários dias de conversações organizadas pelo primeiro-ministro, Mohamed Hussein Roble, que conversou com os vários líderes estaduais somalis para tentar encontrar uma saída da crise que o opõe ao Presidente, Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como Farmajo.
Em dezembro, Farmajo suspendeu Roble, que tinha nomeado para o cargo em setembro de 2020.
O primeiro-ministro acusou o Presidente de "tentativa de golpe" e desafiou a sua autoridade, com a oposição a apelar à demissão de Farmajo.
O mandato de Farmajo, eleito em 2017, terminou em fevereiro de 2021, mas além de não ter convocado novas eleições, anunciou em meados de abril que iria continuar no cargo, o que desencadeou confrontos armados na capital do país.
O Presidente pediu então a Roble que organizasse eleições, mas a crise entre ambos persistiu.
No complexo sistema eleitoral somali, as assembleias dos cinco estados que compõem o país e os delegados nomeados por uma série de clãs e sub-clãs elegem os deputados, que nomeiam depois o Presidente.
As eleições para a câmara alta terminaram em todos os estados exceto Galmudug e a votação para a câmara baixa começou no início de novembro.
Observadores que acompanham o processo consideram que a crise entre as principais figuras do Estado e o impasse eleitoral está a desviar a atenção de questões como os ataques dos jihadistas do Shehab, que afetam o país desde 2007.
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