Ministro dos Negócios francês alerta para questão nuclear relacionada com a Ucrânia
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, alertou hoje em Paris para a questão nuclear diretamente relacionada com a tensão na Ucrânia e a anexação da Crimeia pela Rússia.
© Reuters
Mundo Laurent Fabius
"Eles abandonaram as suas armas nucleares, não as têm mais, mas a sua integridade não está garantida, prova é que uma parte do seu território foi anexada, e anexada por um dos países que garantia essa integridade", acrescentou Fabius, referindo-se à anexação da Crimeia pela Rússia.
"Isso preocupa-nos bastante porque fazemos todos os esforços para lutar contra a proliferação nuclear", sublinhou o ministro francês.
Laurent Fabius lembrou que "nos anos 1990 a Ucrânia era uma grande potência nuclear, era mesmo o terceiro país, em importância, a deter armas nucleares", mas que veio a aderir a um tratado de não-proliferação das suas armas nucleares.
"No mesmo memorando, a que chamamos o Memorando de Budapeste, a integridade da Ucrânia foi garantida, renunciando às suas armas nucleares, a sua integridade foi garantida por três países nesse memorando: os Estados Unidos da América, a Grã-Bretanha e a Rússia", explicou o ministro francês.
A Ucrânia abriu mão das armas nucleares com a garantia de integridade de território, que foi posta em causa pela anexação da Crimeia por um dos países que assinou o memorando.
"É uma incitação aos países para que detenham armas nucleares de forma a proteger o seu território, e isso é completamente contrário ao que nós desejamos no plano internacional", concluiu o ministro.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou na terça-feira um tratado bilateral de união com o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksionov, e outros dirigentes da península, ignorando as sanções ocidentais impostas contra Moscovo.
A república autónoma ucraniana da Crimeia, de população maioritariamente russa, está no centro da tensão entre a Rússia e a Ucrânia desde a destituição, em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.
As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo Governo de Kiev e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia, apoiada por 96,77% dos votantes.
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