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Eleição para presidências na Líbia na sexta-feira parece improvável

A Líbia tem marcada para sexta-feira a eleição para escolher o seu primeiro presidente desde a destituição e morte do ditador Muammar Kadhafi há mais de uma década, mas a realização do escrutínio na data prevista parece improvável.

Eleição para presidências na Líbia na sexta-feira parece improvável
Notícias ao Minuto

08:33 - 22/12/21 por Lusa

Mundo Líbia/Presidenciais

As presidenciais visam ajudar a unificar o país após uma década de guerra civil, mas nas últimas semanas têm-se multiplicado os apelos ao seu adiamento, embora os apoiantes da votação temam um vazio perigoso se tal acontecer, segundo a agência noticiosa Associated Press.

As autoridades eleitorais ainda não divulgaram a lista final de candidatos à presidência. Um total de 98 pessoas, incluindo duas mulheres, apresentaram a sua candidatura.

Entre os candidatos conhecidos ao cargo de chefe de Estado da Líbia destacam-se os nomes de Khalifa Haftar, o "homem forte" do leste, que liderou o designado Exército Nacional Líbio (ENL), Abdul Hamid Dbeibah, primeiro-ministro interino e líder do movimento Futuro da Líbia (criado em 2020), e Seif al-Islam Kadhafi, filho do antigo ditador Muammar Kadhafi.

A Alta Comissão Eleitoral (HNEC) decidiu adiar, no passado dia 11, o anúncio da lista oficial de concorrentes, mas até agora, nenhuma instituição parece disposta a assumir a responsabilidade de formalizar um adiamento do voto, com a HNEC e o parlamento sediado em Tobruk (leste) a considerarem cada um que cabe ao outro fazê-lo.

Com uma população em torno dos sete milhões de habitantes (quase 30% com menos de 15 anos), estima-se em quase cinco milhões o potencial de eleitores, mas devido a problemas associados ao recenseamento eleitoral pouco menos de metade deverão poder escolher o novo presidente.

As primeiras eleições "nacionais" após o acordo de reconciliação firmado em outubro de 2020 sob patrocínio da ONU deveriam ser o culminar de um processo diligente e difícil de pacificação do país, às quais se seguiriam as legislativas, marcadas para um mês depois.

A Líbia mergulhou no caos após a revolta popular apoiada pela NATO que derrubou o regime de Kadhafi em 2011, minada pelas lutas de poder, dividida entre duas autoridades rivais, num cenário de envolvimento estrangeiro.

Após anos de impasse no país dividido em dois campos, com um governo em Tripoli reconhecido internacionalmente e um segundo parlamento no leste, foram conseguidos progressos políticos.

Acordou-se um cessar-fogo, registou-se uma recuperação na produção de petróleo (o país tem as maiores reservas de África) e foi designado um primeiro-ministro interino, Abdel Hamid Dbeibah, para assegurar a transição até às eleições presidenciais marcadas para dezembro.

Na terça-feira, milicianos armados deslocaram-se para Tripoli, num cenário que recorda o conflito ocorrido nos arredores da capital da Líbia durante um ano e até junho de 2020, fazendo recear um reinício das violências a três dias das presidenciais.

A Missão de apoio das Nações Unidas na Líbia (Manul) manifestou "preocupação pela situação securitária em Tripoli", advertindo que "esta mobilização de forças filiadas em diferentes grupos gera tensões e aumenta o risco de confrontos que poderão degenerar em conflito".

Leia Também: Novos naufrágios ao largo da Líbia fazem mais de 160 mortos

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