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Bielorrússia: Opositor preso Babaryko clama inocência no julgamento

O opositor bielorrusso detido Viktor Babaryko, conhecido rival do Presidente Alexander Lukashenko, rejeitou hoje em julgamento as acusações de que é alvo e pelas quais arrisca 15 anos de prisão.

Bielorrússia: Opositor preso Babaryko clama inocência no julgamento
Notícias ao Minuto

15:38 - 28/06/21 por Lusa

Mundo Bielorrússia

"Não posso reconhecer um crime que não cometi", declarou no seu último discurso no tribunal, repetindo "não ter vergonha" das declarações divulgadas pela sua equipa nas redes sociais.

"Podemos construir um país com valores humanistas onde o indivíduo será respeitado", adiantou, declarando acreditar numa "Bielorrússia feliz, honesta e aberta".

Vários apoiantes, presentes na audiência, aplaudiram-no no final do discurso.

Babaryko, 57 anos, pretendia concorrer às presidenciais de agosto de 2020 contra Lukashenko, mas o banqueiro considerado o adversário mais sério para o chefe de Estado foi detido algumas semanas antes do escrutínio.

O opositor é acusado de ter recebido subornos "em grande quantidade" quando dirigia o Belgazprombank, filial bielorrussa de um banco da russa Gazprom.

O veredicto está previsto para 06 de julho, tendo o Ministério Público pedido 15 anos de prisão.

Sete outros suspeitos, que se declararam culpados e testemunharam contra Babaryko arriscam penas mais ligeiras, de três a seis anos e meio de prisão.

A reeleição de Lukashenko desencadeou no verão passado um movimento de protesto que durante meses juntou dezenas de milhares de manifestantes.

A conselheira mais próxima de Babaryko, Maria Kolesnikova, foi uma das três figuras femininas que lideraram o protesto e foi presa depois de recusar exilar-se. As outras duas, Svetlana Tikhanovskaya e Veronika Tsepkalo, abandonaram a Bielorrússia.

O julgamento de Babaryko ocorre num contexto de repressão, com processos judiciais contra opositores, organizações não-governamentais e jornalistas.

As autoridades bloquearam o principal portal independente de notícias do país, Tut.by, e detiveram uma dúzia dos seus funcionários.

O Tut.by anunciou hoje que apagou alguns dos seus artigos devido à acusação de "extremismo", para garantir a "segurança" dos seus leitores e colaboradores.

Contra a repressão, a União Europeia e os Estados Unidos aprovaram sanções contra responsáveis bielorrussos e setores económicos chave do país.

Leia Também: Arrancou hoje julgamento de marido da líder da oposição da Bielorrússia

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