Serguei Tikhanovski, a figura histórica da oposição Mikola Statkevitch e quatro outros opositores são acusados de "preparação para a desordem em massa" e "incitamento ao ódio".
O julgamento, à porta fechada, decorre no centro de detenção de Gomel, onde Tikhanovski está detido há um ano. Os familiares não foram autorizados a assistir.
A organização não-governamental Viasna divulgou um vídeo da chegada dos seis homens à audiência, com as mãos algemadas atrás das costas. Foram instalados em duas salas e assistirão às audiências numa jaula.
Mikola Statkevitch gritou à chegada "Viva a Bielorrússia", o slogan da oposição durante as manifestações do verão e outono de 2020 contra a reeleição considerada fraudulenta do Presidente Alexander Lukashenko, que respondeu com repressão.
"Serguei foi preso a 29 de maio de 2020 (...) Todos compreendem que não se trata de um julgamento, mas de uma vingança pessoal de quem tomou e conserva o poder com violência", declarou Svetlana Tikhanovskaia numa mensagem em vídeo.
O opositor de 42 anos foi detido quando se encontrava em campanha para as presidenciais de agosto de 2020, depois de ficar conhecido através dos vídeos em que denunciava a corrupção e o Presidente Lukashenko.
Outros candidatos da oposição também foram detidos antes das eleições, mas Lukashenko autorizou que a mulher de Serguei se candidatasse em vez dele, ridicularizando-a.
Svetlana Tikhanovskaia surpreendeu, aliando-se com as equipas de outros candidatos e mobilizando multidões jamais vistas.
O anúncio da reeleição de Lukashenko, com 80% dos votos, desencadeou um movimento de protesto que levou durante meses dezenas de milhares de pessoas para a rua, apesar da repressão. Tikhanovskaia foi forçada ao exílio.
Na terça-feira foram pedidos 15 anos de prisão para um outro ex-candidato às presidenciais, Viktor Babaryko, considerado quando foi preso o principal adversário do chefe de Estado.
Leia Também: Bielorrússia: UE avança com sanções após "escalada de sérias violações"