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Guterres dá exemplo de ajuda à mãe para destacar importância de migrantes

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) deu hoje o exemplo da assistência à sua mãe idosa em Lisboa, prestada por imigrantes, para destacar a importância dos movimentos migratórios, nomeadamente para "o futuro" da Europa.

Guterres dá exemplo de ajuda à mãe para destacar importância de migrantes
Notícias ao Minuto

12:06 - 24/06/21 por Lusa

Mundo António Guterres

"A minha mãe tem 98 anos de idade e tem graves problemas de saúde, como podem imaginar, e nós temos um apoio permanente de 24 horas à minha mãe na sua casa em Lisboa. Quando eu vejo as pessoas que estão a apoiar a minha mãe, não encontro muitos portugueses - e Portugal não é um país muito rico, como sabem, somos um país de emigração há séculos", disse António Guterres.

Falando em conferência de imprensa no Parlamento Europeu, depois de ter discursado na sessão plenária, em Bruxelas, o secretário-geral da ONU defendeu: "É evidente que a migração é necessária, é evidente que a migração é um contributo importante para o futuro do nosso continente e eu falo agora também como europeu".

A questão das migrações é um dos assuntos em cima da mesa na cimeira de líderes da União Europeia (UE), que se realiza entre hoje e sexta-feira em Bruxelas, na qual o português António Guterres é convidado de honra.

"Se [a questão migratória] é algo necessário, melhor que seja devidamente gerida e o meu apelo aos países europeus é que se juntem e que estabeleçam formas de cooperação em todos os aspetos, nomeadamente também em relação à prevenção da migração que não é necessária, em apoiar o desenvolvimento nos países de origem, fazendo de tudo para garantir que a migração não se torne uma necessidade, mas sim a escolha", exortou o responsável.

Para o secretário-geral da ONU, "tudo tem de ser feito e só pode ser feito se os países europeus se juntarem, tanto na gestão interna do problema, como na cooperação internacional que é necessária".

"E depois outra coisa, todas as nossas sociedades estão a tornar-se multiétnicas, multirreligiosas e multiculturais e isto é uma riqueza, não uma ameaça, mas o sucesso da diversidade não acontece espontaneamente, temos de fazer um enorme investimento na coesão social, para que cada comunidade sinta que a sua identidade é respeitada, mas ao mesmo tempo que faz parte da comunidade como um todo e esta é uma enorme responsabilidade para os governos em todo o mundo, mas também na Europa", afirmou ainda António Guterres.

O responsável recordou que foi adotado há dois anos, em Marraquexe, um pacto global para a migração, que "abre caminho à cooperação internacional entre países de origem, países de trânsito e países de destino a fim de garantir uma migração regular, ordenada e bem organizada".

"Mas para que isso seja possível, é muito importante, na minha opinião, que a Europa se una. Não há maneira de um país sozinho - e eu tenho a experiência de ter sido primeiro-ministro de Portugal e do Alto Comissariado para os Refugiados - conseguir", adiantou.

O secretário-geral das Nações Unidas é esta semana convidado de honra da Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho Europeu, instituições nas quais tem marcado presença entre quarta-feira e hoje, após a recondução para um segundo mandato à frente da ONU.

Antes destas curtas declarações aos jornalistas, António Guterres discursou no Parlamento Europeu, naquela que foi a sua segunda intervenção em plenário enquanto secretário-geral da ONU, depois do discurso proferido em maio de 2017, poucos meses após ter assumido o cargo.

Hoje ao final do dia, o secretário-geral da ONU participará na primeira sessão de trabalhos da cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE que se celebra em Bruxelas, a convite do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Numa cimeira que tem entre os pontos em agenda o multilateralismo, o clima, os direitos humanos, a paz, o desenvolvimento, as migrações e a recuperação global pós-covid-19, o objetivo do convite dirigido a Guterres é o de "reforçar a cooperação entre a UE e a ONU para enfrentar desafios globais", segundo o gabinete de Charles Michel.

Esta cimeira, que se prolongará até sexta-feira, é também a última do semestre de presidência portuguesa do Conselho da UE, contando com a participação do primeiro-ministro, António Costa.

António Guterres assumiu a liderança da ONU em 01 de janeiro de 2017, tendo na passada sexta-feira sido reeleito para um segundo mandato pelos 193 membros da assembleia geral da organização.

Leia Também: Agência aponta lacunas na proteção contra exploração laboral de migrantes

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