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Tribunal espanhol nega ter convocado líder da Frente Polisário

A Audiência Nacional espanhola negou hoje ter convocado o líder da Frente Polisário, hospitalizado em Espanha e alvo de uma denúncia por "torturas", ao contrário do que indicou, na segunda-feira, uma fonte judiciária diretamente envolvida no caso.

Tribunal espanhol nega ter convocado líder da Frente Polisário
Notícias ao Minuto

17:05 - 05/05/21 por Lusa

Mundo Frente Polisário

Brahim Gali, Presidente da República Árabe Saarauí Democrática (RASD) e líder do movimento pela independência saarauí, "não foi convocado hoje", garantiu à agência France-Presse (AFP) o porta-voz da Audiência Nacional, um tribunal especial espanhol que julga casos particulares.

No entanto, uma fonte diretamente envolvida no caso assegurou à AFP na segunda-feira que Ghali havia sido intimado a comparecer hoje por causa de uma denúncia de "tortura" apresentada em Espanha por Fadel Breika, um dissidente da Frente Polisário naturalizado espanhol.

Vários meios de comunicação espanhóis publicaram essa informação.

"A polícia só foi solicitada a localizá-lo e verificar se ele estava em Espanha. O juiz pediu à polícia que fizesse as verificações necessárias para certificar que essa pessoa que estaria internada em Logroño (norte de Espanha) é realmente ele", acrescentou o porta-voz do tribunal, sem saber explicar as causas do imbróglio.

O governo espanhol confirmou ter acolhido o dirigente da Frente Polisário em Espanha "por razões estritamente humanitárias, para receber tratamento médico".

A comitiva de Ghali, que indicou que ele foi tratado após contrair covid-19, garantiu na terça-feira que o dirigente estava em convalescença.

Por seu lado, o semanário francês Jeune Afrique disse que o dirigente da Polisário, de 73 anos e com cancro, foi hospitalizado com urgência em 21 de abril sob um nome falso argelino.

Três saarauís -- que viveram nos campos de refugiados de Tindouf, Argélia, e acusaram Brahim Ghali de "violação dos direitos humanos" e "tortura" -- apelaram às autoridades espanholas para o levarem à justiça, num vídeo transmitido por meios de comunicação marroquinos.

A ida de Ghali para Espanha suscitou a indignação de Marrocos, em conflito com a Frente Polisário na antiga colónia espanhola do Saara Ocidental desde 1975.

O acolhimento do dirigente da Frente Polisário em Espanha é um assunto embaraçoso para Madrid, que faz questão de manter boas relações com Marrocos, parceiro fundamental na luta contra a imigração ilegal.

Marrocos convocou o embaixador espanhol em Rabat em 24 de abril para expressar a sua "exasperação".

Ghali, de 75 anos, foi eleito a 09 de julho de 2016 para a liderança da RASD e da Polisário, que luta pela independência do vasto território desértico.

Os independentistas saarauís retomaram as armas em novembro de 2020, em resposta a uma operação militar marroquina numa "zona tampão" no extremo sul do território.

O Saara Ocidental é considerado um "território não autónomo" pela ONU na ausência de um acordo final sobre a questão do seu estatuto.

A Polisário exige um referendo de autodeterminação planeado pela ONU, enquanto Marrocos, que controla mais de dois terços do território, propõe um plano de autonomia sob sua soberania.

Leia Também: Mina espanhola põe em risco turismo transfronteiriço, alerta o UIVO

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