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Praga faz ultimato a Moscovo para fazer regressar diplomatas checos

O governo checo fez hoje um ultimato à Rússia, alertando que poderia expulsar mais diplomatas russos se os diplomatas checos expulsos por Moscovo fossem impedidos de regressar até ao meio-dia de quinta-feira.

Praga faz ultimato a Moscovo para fazer regressar diplomatas checos
Notícias ao Minuto

20:55 - 21/04/21 por Lusa

Mundo Diplomacia

Praga expulsou 18 diplomatas russos e Moscovo retaliou expulsando 20 checos na segunda-feira, após uma disputa sobre o papel da Rússia numa explosão mortal em 2014, em território checo.

"A Federação Russa tem até às 12:00 (11:00 em Lisboa) de amanhã [quinta-feira] para autorizar o regresso de todos os diplomatas expulsos da embaixada checa em Moscovo", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros checo, Jakub Kulhanek, a jornalistas.

"Se eles não puderem voltar, reduzirei o número de funcionários da representação russa em Praga para corresponder à situação atual da embaixada da República Checa em Moscovo", acrescentou.

Depois de convocar o embaixador russo Alexander Zmeievski, o chefe da diplomacia checa disse que a retaliação de Moscovo foi "desproporcional e, de facto, paralisou a embaixada".

A República Checa tem atualmente cinco diplomatas e 19 funcionários técnicos na embaixada de Moscovo, bem menos do que a representação russa em Praga.

"A expulsão de 18 diplomatas russos não prejudicou o funcionamento da embaixada russa", enfatizou Kulhanek, que foi nomeado ministro na quinta-feira passada.

As autoridades chegas, incluindo o ministro do Interior, Jan Hamacek, que serviu como chefe da diplomacia até à nomeação de Kulhanek, declararam na terça-feira que poderão recomeçar as relações a partir do zero com a Rússia, o que pode levar à expulsão de todos os diplomatas russos em serviço em Praga.

A República Checa apelou hoje aos países parceiros da União Europeia (UE) e da NATO para que expulsem diplomatas russos, numa "ação coletiva" em solidariedade para com Praga.

"Apelamos à uma ação coletiva dos países da UE e da NATO que conduza a expulsões em solidariedade", referiu Jan Hamacek, em declarações à comunicação social.

No sábado, Praga acusou os serviços secretos russos de estar por trás de uma explosão de um depósito de munições perto da cidade de Vrbetice, em 2014, que resultou na morte de duas pessoas.

Por sua vez, a polícia checa disse estar à procura, pelo seu suposto envolvimento nessa explosão, de dois homens com passaportes russos com os mesmos nomes dos suspeitos da tentativa de envenenamento com um agente Novichok ao ex-agente duplo Sergei Skripal no Reino Unido, em 2018, tal como uma outra explosão ocorrida posteriormente nesse mesmo ano.

De acordo com Praga, as munições no depósito pertenciam a um traficante de armas búlgaro que vendia armas a entidades que lutavam contra a Rússia.

O ataque aconteceu em 2014, após a anexação pela Rússia da península ucraniana da Crimeia e o início do conflito entre as forças ucranianas e os rebeldes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia.

O governo checo anunciou na segunda-feira que a agência de energia atómica russa Rosatom seria excluída de uma licitação multimilionária para a construção de uma nova unidade numa central nuclear checa.

Hamacek disse também, na altura, que a República Checa não iria considerar a compra da vacina russa Sputnik V contra a covid-19.

Leia Também: Rússia expulsa 20 diplomatas checos

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