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Bielorrússia. Lukashenko grita vitória face ao "ataque relâmpago" inimigo

O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, assegurou hoje ter triunfado sobre o "ataque relâmpago" que visou o seu regime, referindo-se ao movimento de contestação de 2020, que considera ser o resultado de uma conspiração ocidental.

Bielorrússia. Lukashenko grita vitória face ao "ataque relâmpago" inimigo
Notícias ao Minuto

12:11 - 11/02/21 por Lusa

Mundo Bielorrússia

Falando perante uma assembleia de 2.700 delegados, seus apoiantes vindos de todo o país, Lukashenko considerou que a Bielorrússia "sofreu um ataque dos mais cruéis do exterior".

"Mas o Blitzkrieg (ataque relâmpago) falhou e nós conservámos (o controlo do) país", garantiu durante o congresso, de dois dias, para discutir o futuro político-económico-social da ex-república soviética nos próximos cinco anos, e para o qual não foi convidado qualquer crítico do regime.

No pico do movimento de contestação de 2020, a maior vaga de protesto desde a sua chegada ao poder em 1994, o Presidente bielorrusso prometeu apresentar reformas institucionais e constitucionais nesta "assembleia popular", mas hoje pediu apenas aos delegados que "pensassem" sobre o assunto.

"Devemos estudar cuidadosamente as questões de desenvolvimento da sociedade, o papel dos cidadãos na vida política do país e refletir na possibilidade de corrigir a lei fundamental", declarou.

E se em novembro evocou uma redução das suas prerrogativas e uma possível eleição presidencial antecipada, hoje limitou-se a dizer: "um dia elegerão outro Lukashenko ou outra pessoa qualquer".

A oposição já classificou o congresso de mascarada e a líder oposicionista e rival de Lukashenko nas presidências contestadas de agosto de 2020, forçada ao exílio na Lituânia, Svetlana Tikhanovskaia,disse à agência France Presse nada esperar deste grande "culto do regime".

"Eles não são representantes do povo. Isso não tem significado para os bielorrussos", afirmou a professora de inglês de formação, de 38 anos, que conseguiu ter ao seu lado durante meses um movimento de contestação de uma amplitude inesperada na ex-república soviética.

Segundo o 'site' do governo, o tema do congresso são recomendações para o "programa de desenvolvimento socioeconómico da Bielorrússia para 2021-2025" e não a reforma institucional.

Nos últimos dias, Lukashenko não fez referências à reforma da Constituição, insistindo numa grande sondagem sobre o bem-estar da população, cujos resultados serão apresentados no congresso.

Após semanas de manifestações que o fizeram tremer, o regime de Lukashenko conseguiu amordaçar o protesto com vagas de detenções em massa, violência policial e a prisão ou exílio de todas as figuras do movimento de contestação.

O chefe da diplomacia da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, que acompanha atentamente a crise no país vizinho, considerou que o congresso é uma "tentativa de imitar um diálogo com a sociedade civil".

"A perseguição dos opositores políticos (...) mostra claramente que se trata apelas de um diálogo entre Alexander Lukashenko e os seus partidários", disse à AFP.

Os ocidentais criticaram a repressão dos protestos e sancionaram Minsk, mas o dirigente bielorrusso pode contar com o apoio sem falhas de Moscovo.

"Tudo dependerá da nossa unidade com a Rússia. Poderemos assegurar a estabilidade dos nossos países se estivermos unidos", sublinhou Lukashenko, afirmando que as tentativas ocidentais de mudar a situação na Bielorrússia eram "um trampolim para um ataque contra" Moscovo.

A polícia prometeu "eliminar qualquer ação ilegal" hoje e sexta-feira, enquanto o canal NEXTA da oposição, através do serviço de mensagens Telegram, apelou a manifestações.

Várias ruas do centro de Minsk estão hoje encerradas, oficialmente devido à neve, segundo os media locais.

Leia Também: Bielorrússia. Líder da oposição pede ajuda para regresso seguro ao país

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